sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Quem me conhece, sabe que não sou religioso. Desengane-se quem se iluda com a citação de João, na descrição do blogue. Como tal, não vejo no Natal qualquer outra celebração que a da hipocrisia consumista. Não posso, porém, deixar que finde este ano, remate também da primeira década do XXI século, sem deixar o meu voto sincero de felicidade, e todas as cousas boas que se esperam do porvir, a todos os meus amigos e outros leitores desde blogue.

Assim e com esperança que 2011, com todas as dificuldades esperadas, seja um ano de realização e consolidação dos nossos sonhos, até os mais pequenos, como ver o senhor Aníbal derrotado nas presidenciais, deixo-vos com a seguinte mensagem:


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Comunicado de Imprensa 21-12-2010


 
BARRAGEM DE FOZ TUA - GOVERNO ADAPTA CALENDÁRIO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ÀS “ENCOMENDAS” DA EDP
Das declarações e informações prestadas hoje pela Ministra Dulce Pássaro, na Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da Assembleia da República, não restam dúvidas aos “Verdes” que o Governo se estava a preparar para licenciar a Barragem de Foz Tua sem que a DIA (Declaração de Impacte Ambiental) estivesse plenamente cumprida, tal como manda a legislação relativa à Avaliação de Impacte.
 
Confrontada pelos Verdes, que estiveram na origem desta vinda da responsável pela tutela da pasta do Ambiente e Ordenamento do Território à Assembleia da República, para esclarecer a nebulosidade que tem pairado sobre os procedimentos relativos à avaliação de impacte desta barragem, Dulce Pássaro, ao mesmo tempo que reconheceu que as exigências e determinações da DIA não tinham sido plenamente cumpridas, assumiu que os prazos exigidos pela CA (Comissão de Avaliação) no parecer dado no quadro da Pós-avaliação dos impactes da barragem e do RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução) em Agosto passado, tinham sido renegociados posteriormente a pedido da EDP, admitindo o adiamento de muitos para uma fase posterior ao licenciamento. O que levou “Os Verdes”, através da deputada Heloísa Apolónia, a acusarem o Governo de “amparar” os interesses da EDP e não os das populações e do ambiente e de não respeitar a legislação relativa à Avaliação de Impacte que condiciona o licenciamento ao cumprimento pleno das condicionantes da DIA.
 
Para “Os Verdes”, que desde o inicio contestaram a construção desta barragem pelos numerosos impactes negativos que esta tem, nomeadamente a submersão da Linha e Vale do Tua e que em Agosto passado denunciaram, não só o facto de a DIA não estar a ser cumprida, como também o facto de o RECAPE tornar visível impactes negativos não estudados e não avaliados e outros negados ou minimizados, como por exemplo os impactos sobre a paisagem do Alto Douro Vinhateiro ou sobre a navegabilidade do Douro, ficou claro que o Governo está pronto a tudo, até a pôr em causa as exigências que tinha imposto à EDP no quadro do concurso público e da DIA, para “proteger” as pretensões e os interesses da EDP, o que levou a Ministra a declarar que “o licenciamento da obra ainda não aconteceu, mas não é nosso papel obstaculizar o promotor”.
 
Para “Os Verdes”, para quem os interesses da EDP não podem ser confundidos com o interesse nacional e regional, nem com os valores ambientais e culturais, fica claro que esta regateia todas e quaisquer compensações às populações e à região pelos danos causados. Situação para “Os Verdes” visível na recusa assumida pela empresa em construir uma linha ferroviária alternativa à do Tua a pretexto dos altos custos, quando a mesma empresa tem as mãos largas nas despesas que faz em propaganda enganosa, à volta da biodiversidade ou do desenvolvimento.
 
Neste confronto com o Governo sobre a Barragem do Tua, “Os Verdes” reafirmaram mais uma vez mais a defesa da Linha do Tua e a recusa das soluções apresentadas pela EDP, sejam elas a rodoviária para a mobilidade das populações, como a “dos barquinhos” para os turistas, e condenaram ainda a postura do Governo no ano em que se comemora a biodiversidade.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Candidatura Ibérica

Muito se tem indagado acerca do maldito TGV que apesar de todos os cortes e medidas de austeridade previstas para 2011, insistentemente se mantém nas contas e programa do governo. Ninguém objecta os postos de trabalho que a sua construção criará mas, de facto, é incompreensível esta tão urgente necessidade de unir Lisboa a Madrid, quando a portuguesa está tão desligada do país de que é capital. Já estamos, em verdade, habituados a que "esta cidade", no seu centralismo e miopia, pouco ou nada mais veja além da sua raia.

Ainda me lembro muito bem de um jornalista lisboeta referir acerca da, chamada, autoestrada transmontana que, o dinheiro gasto nesta obra serviria melhor se usado para alargar e modernizar a linha do metro de Lisboa. E realmente, para que queremos nós uma autoestrada? Os burros e as carroças andam muito bem por canelhos e lavradas. É que isto começa com autoestradas, mas daqui a uns dias ainda somos capazes de pedir electricidade e saneamento. E isso sai muito caro. Até porque a verdade é que como disse o outro, isto fica bem é cheio de betão e debaixo de água. Autoestradas para quê? Linhas de comboio modernizadas, para quê? Bota é betão e água que nós sabemos nadar. Aliás, de Lisboa e do seu governo, já estamos é mesmo habituados a nada.

Mas estou a desviar-me do assunto. Falava hoje o Zapatero, a propósito da candidatura Ibérica ao Mundial de 2018 (na pior das hipóteses, resta-nos 2022), sobre os 2300 quilómetros, não me engane a memória, de linha de alta velocidade dos dois países. E falava depois o Madaíl, sobre os óptimos estádios que após o Europeu de 2004 estão ainda numa excelente condição. Os óptimos estádios que são o Dragão, Luz e Alvalade XXI, já que outros como o do Algarve, onde se realizam, apenas, um ou dois jogos anuais, o de Aveiro, ou o de Braga, não vão sequer cheirar o Mundial.

Porém, quando Portugal ganhou a candidatura ao Europeu de 2004, o governo espanhol, publica e oficialmente, referiu o seu espanto e indignação, pela escolha de um país tão atrasado como Portugal, que nem tinha autoestradas, nem quaisquer condições de segurança e era pouco mais que um aglomerado rural, sem quaisquer infraestruturas para suportar um evento àquela escala. Então, na minha cabeça fez-se luz. Graças à linha de alta velocidade, Lisboa e Madrid estarão mais próximas e poder-se-á viajar cómoda e rapidamente entre as capitais para assistir aos jogos do Mundial que, serão quase todos em Espanha. Porque em Portugal, joga-se em três estádios, quando só na Galiza são dois os estádios que vão acolher o Mundial. Em Espanha joga-se em todo o país, Portugal incluí o Dragão nos estádios a receber o Mundial, pois sai mais barato construir as infraestruturas para o TGV, do que ter de voltar a reconstruir Lisboa após o terramoto pela exclusão do Porto da lista de cidades a acolher o campeonato.

É esta infelizmente a pequenez deste nosso país, uma cidade que se comparada com as grandes cidades de países civilizados não é mais que uma vila ensimesmada e prepotente, julgando-se representar em grandeza todo o país e, em verdade, nem sequer representando a sua própria e cobarde arrogância. Talvez o TGV devesse passar antes em Olivença, construía-se lá mais um estádio (à custa dos impostos dos portugueses que nem uma autoestrada mereciam, já que o dinheiro gasto na mesma poderia ser investido em Lisboa) e jogava-se lá todo o Mundial. Assim sim, era uma verdadeiro Mundial Ibérico e no final, continuavam a ser os espanhóis a lucrar com esta nossa prepotente infantilidade e mania das grandezas.


Durma antes de conduzir...

domingo, 28 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


Anualmente, na Alemanha, mais de 300,000 crianças são abusadas sexualmente.

domingo, 21 de novembro de 2010




Um duche rápido pode salvar vidas.
Poupe água, o seu desperdício mata milhões de pessoas que a não têm em suficiência.

De um grande autor da "última flor do Lácio", retirado da obra de um outro grande autor, este, para mim, ainda maior por ser transmontano, macedense, nato em Chacim. Que já agora, vai desculpar-me o leitor, mas em Portugal a única nato deveria ser a flexão verbal, até porque a organização em bom português é OTAN. Dizia eu, de António Aleixo, através de O Diabo veio ao enterro, de A. M. Pires Cabral um dito que bem se aplica a PEC's e pecados vários dos nossos governantes.


"O pão que sobra à riqueza,
Repartido pela razão,
Matava a fome à pobreza
E ainda sobrava pão."

sábado, 20 de novembro de 2010



Um duche rápido pode salvar vidas.
Poupe água, o seu desperdício mata milhões de pessoas que a não têm em suficiência.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010



Todos os anos seis milhões de animais morrem devido a testes com cosméticos. Por favor boicote os produtos testados em animais. www.animal-lib.org.au

quarta-feira, 17 de novembro de 2010



Em destaque: Escolhemos ser violadas.

Texto integral: Escolhemos sacrificar-nos pelos homens, pois eles não podem sair do campo para apanhar lenha. É uma questão de vida ou morte. Por isso escolhemos preservar a vida deles. Escolhemos a nossa saída. Escolhemos o frente a frente com as milícias. Escolhemos ser violadas.

terça-feira, 16 de novembro de 2010



Em destaque: A violação é a minha melhor opção.

Texto completo: As violações ocorrem todos os dias fora do nosso campo. mas a minha saída para ir buscar lenha é o melhor modo de proteger os homens das armas da milícia. Não quero ver ninguém morrer. Portanto não há outra opção para as mulheres aqui, não há outra opção para mim.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010


Em destaque: Eu decido-me pela violação.

Texto integral: O meu campo é a minha casa, e os homens que aqui vivem, são parte da minha família. Não quero deixá-los morrer pelas mãos da milícia: Portanto tomei uma decisão: com vista a manter os homens fora de perigo, vou eu buscar lenha. Essa é a minha dádiva por eles; ser violada todos os dias.

domingo, 14 de novembro de 2010


Em destaque: Foi bom ser violada.

Texto completo: Era  a minha única opção: ir apanhar lenha sozinha, de modo a evitar a morte dos bons homens no campo. A minha filha implora-me para que não saia, pois sabe o que acontece. Mas mesmo que a violação seja a minha humilhação, é a salvação do seu pai.

(Ainda tentei manter o jogo de palavras do Inglês, mas tal exercício tornaria o texto demasiado forçado.)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010




Revendo as estantes virtuais de bits, bytes, discos rígidos, servidores de Internet e correio electrónico, encontrei umas imagens publicitárias que, a Susana me enviou há já um bom par de anos, perdidas aqui pela Rede. Recupero-as sob a forma de publicações diárias n'O Pecado, relembrando realidades infelizes neste nosso calhau azul orbitando em lugar de bronze em torno do Sol.

MTV Switch

Já tem alguns anos (três se não estiver errado), esta campanha publicitária, contudo e porque certas cousas não passam de moda (porque infelizmente nada se faz para contrariá-lo), deixo um vídeo da campanha ecologista da cadeia televisiva MTV, com o sugestivo título de MTV switch (para quem não saiba, switch em Inglês significa não só o próprio botão interruptor, como a acção de ligar e desligar a corrente eléctrica. Entre outras acepções, é claro.)



(Quão mais os esfomear, mais saudável será o nosso planeta.)


Pode ainda consultar-se o sítio da campanha aqui, ou o blogue aqui. Ambos disponíveis em Inglês e Castelhano. Ou pode sempre pesquisar-se no youtube por MTV switch, onde se encontram muitos mais vídeos, como por exemplo este:



(Uma pessoa não vai salvar o mundo. Duas sim. Acabe com o aquecimento global.)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"O Analfabeto Político" - Bertolt Brecht

F.C. Porto 5 - 0 S.L.Benfica

"O Benfica é como eu: vai ao Porto para não fazer nada e comer bem."
Miguel Esteves Cardoso


Chamai-lhe dor de cotovelo (sou benfiquista doente), inveja, ou quaisquer outras expressões sinónimas que vos aprazam. Contudo, não deixa de ser relevante e revelador como a vitória do Porto (ou derrota do Benfica para quem preferir), dá tanto que falar, mas toda a gente come calada enquanto o governo, os mercados e seus interesses nos sodomizam com valores muito mais significativos que 5 - 0 e onde os resultados, de facto, alteram se sejam 3, 1 ou 0 pontos. Vejamos o exemplo do nosso IVA, os pontos previstos no aumento percentual são bastante oscilantes e esclarecedores do que vos digo. Ou mesmo os valores nos cortes salariais, cuja tabela é regressiva, "o corte de salários, que parte dos 3,5% para os salários de 1.500 euros ilíquidos e atinge os 10% nos salários de 4.200 euros, vai crescendo menos quanto mais altos são os salários" e estagna nos 4.200 euros, apesar da tabela acabar no 6.350 euros. Pode consultar-se aqui a minha fonte.

Portugal é assim mesmo, podem foder-nos à vontade, desde que haja futebol para comentar.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O sermão de Nasrudin

– Ó, fiéis! Vós sabeis sobre o que é que eu vos vou falar? – Não, não sabemos – responderam eles, em coro. – Já que não o sabeis, não poderei dizer-vos nada. Gente ignorante, é isso que todos são.


Mais histórias de Nasrudim aqui.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

E falando em sensacional.

As declarações da recandidatura do sor Aníbal foram hilariantes, deu-me principalmente para rir, aquilo sim é comédia a sério, as estações de televisão já aprendiam que o futuro da comédia não está em "retriposições" de Malucos do riso (é preciso de facto ser maluco para alguém rir com aquilo). Mas de entre todas aquelas piadas que foi dizendo, esta foi muito boa: "Em que situação se encontraria o país sem a acção intensa e ponderada, muitas vezes discreta, que desenvolvi? O que teria acontecido sem os alertas e apelos que lancei na devida altura, em os caminhos que apontei, os compromissos que estimulei, a defesa dos interesses nacionais que promovi?"

Em minha opinião, discrição é sem dúvida uma boa descrição da acção do sor Aníbal, só que demasiada sor Aníbal, demasiada.

Parangona no jornal Diário de Aveiro

Mulher assassinada pediu ao marido para pensar no filho

Diz que é este tipo de cousa que faz vender jornais...
O importante não é a notícia em si, é o sensacionalismo em volta dela.



Esta publicação faz parte integrante d'O Pecado.
Pode ser lida e comentada separadamente.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal…

Coluna de Timothy Bancroft-Hinchey, retirada daqui.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, colocaria no Ministério da Agricultura um atrasado mental que declararia, no seu discurso de tomada de posse: “De agricultura, eu não percebo nada”, antes de passar a destruir o sector, entregando a produção à França e recebendo subsídios para não produzir, sem substituir a perda com algo que criasse empregos e desenvolvesse o sector numa base sustentável. O resultado do meu excelente empenho seria visível para quem visitasse a fronteira com a Espanha. De um lado, glória, do outro, miséria.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, deixaria a União Europeia ficar com o sector das pescas e apesar de ter a décima maior Zona Económica Exclusiva no mundo, eu permitiria que barcos espanhóis pescassem nas águas portuguesas, enquanto os meus pescadores ficariam banidos do mar, secando em terra na miséria.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, destruiria o tecido industrial do meu país, fechando a Siderurgia Nacional, teimando em não construir um smelter para metais no Alentejo, apesar de ter as minas de Neves Corvo, maior mina de cobre na Europa, liquidando toda a indústria pesada, substituindo-a com uma ou duas indústrias ligeiras mas não criando as condições para a sua sustentabilidade, de maneira que na primeira onda económica difícil veria os parques industriais vazios.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, deixaria rios, ou melhor, Oceanos de dinheiro correr pelas minhas mãos nos dez anos após a adesão à União Europeia, construindo pontes e auto-estradas para as pessoas fugirem do interior mais depressa, criando engarrafamentos humanos nas cidades costeiras, permitindo que firmas para gerir processos de aplicação de fundos comunitários aparecessem como cogumelos, sem qualquer fiscalização, esgotos nos quais esses fundos cairiam, sem deixar nada que se visse em termos de preparação do país para o futuro.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, antes de deixar o cargo, permitiria que o meu partido colocasse centenas de amigos e familiares em lugares cimeiros com chorudas cláusulas de rescisão; encomendaria e pagaria fortunas por relatórios e estudos feitos por firmas dirigidas pelos meus familiares e amigos, para a seguir os relegar para a gaveta, dizendo a um Senhor Professor Doutor Michael Porter “Não é bem assim”; empregaria um exército de assessores com direito a veículos topo-da-gama, motoristas, salários monstruosos, cartões de crédito para despesas particulares e um cartão da “Presidência” para apresentar quando por exemplo estivessem bêbados demais para conduzir, e acenar na cara do agente da polícia depois do consequente acidente.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, seguiria uma linha de orientação na política externa que satisfizesse os caprichos de Washington, reconhecendo a independência do Kosovo de forma vil, baixa e cobarde, apesar de quase todos os representantes das órgãos do Estado se terem expressado contra essa ilegalidade.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, deixaria o Senhor Ministro das Finanças aumentar impostos e cortar os salários da classe média, castigando aqueles que nunca fizeram nada senão trabalhar, estudar e fazer o seu melhor, retirando dinheiro da economia e enviando ondas de choque pelo país fora criando todas as condições para uma recessão a curto prazo e mais perda de empregos. E eu não sou professor catedrático de economia.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, mentiria com todos os dentes ao país, alegando que tinha cursos e cadeiras universitárias quando nem sequer alguma vez meti os pés na sala de aula, fecharia escolas, destruiria o sistema público de educação superior, instalaria um sistema em que quem tem dinheiro, pode… e quem não tem, que se lixe.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, alteraria a base de dados dos desempregados cosmeticamente de maneira a que contassem só 10 por cento quando na realidade são uns 25% ou 30%, os que querem trabalho e não têm.

Se eu fosse o Primeiro Ministro de Portugal, o meu discurso de tomada de posse seria o seguinte:

“Senhoras e Senhores, vou pedir sacrifícios aos portugueses, ainda mais do que os outros governos desde há 36 anos. Prometo destruir todos os planos do governo anterior, não dando continuidade a nada em qualquer ministério, de forma a ver o país estagnar ainda mais. Os meus Ministros serão as pessoas mais adequadas para as Pastas, nomeadamente académicos que nunca viveram fora de redomas de cristal e que não têm nenhuma experiência da vida real. Nunca pegaram num sacho, e só sabem o que é uma enxada depois de a pisar e o cabo lhes bater na cara. Praticarão políticas de laboratório que só funcionam no papel em escritórios, em Lisboa.

Senhoras e Senhores, vou crucificar ainda mais a classe média, levada ao ponto de ruptura por executivos anteriores, e o meu não será excepção. Sabendo que é esse o sector que trabalha, paga os impostos e se sacrifica para ter uma casa, vou fazer tudo possível para que colectivamente, tenha de tirar os filhos das escolas particulares, pois as escolas públicas são tão boas; vou fazer tudo para dificultar a vossa vida de maneira a que ou vocês fujam de Portugal, ou então os vossos filhos e filhas tirem o primeiro bilhete de ida só, para fora, seja para onde for, nem que seja para Burkina Faso.

Senhoras e Senhores, meu governo irá seguir os passos de todos os executivos anteriores desde o 25 de Abril de 1974, deixando o país mais pobre, destruindo ainda mais o pouco que resta, a troca de nada, deixando-os sem qualquer fio de esperança no futuro, pois havemos de chegar ao fundo do poço e ainda cavar mais além.

“Senhoras e Senhores, o meu governo vai aumentar a taxa do IVA do leite com chocolate para 23 por cento, mantendo o vinho a 13%, de maneira a que os filhos que fiquem aqui, não tendo estofo suficiente para fugirem, possam levar uma garrafa de Periquita para a escola, para ficarem ainda mais atordoados, estúpidos e atrasados, fornecendo uma excelente geração para governar no futuro”.

E sabem o mais engraçado desta história? É que com um discurso destes, os portugueses votariam em mim.

Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru

(Tomei a liberdade de alterar uma ou outra expressão e acrescentar alguns artigos, europeizando o texto.)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Parabéns II

Pois é, O Pecado cumpriu o seu segundo aniversário no passado dia 7 e à semelhança do primeiro, voltei a esquecer-me da data... Mas O Pecado perdoou-me, tivemos uma pequena conversa e apesar de me dizer das boas, no fim perdoou-me, passando-me a mão pelo costado e afagando-me os cabelos, num gesto muito maturo para um blogue de tão tenra idade.

Quando há dois anos resolvi extinguir o "159cm", um mês antes de celebrar o natalício cujo número dizem que o fez o omnipotente, essa decisão prendia-se essencialmente na vontade de povoar o blogue. Como "159cm" era um nome que dotava o blogue de um teor imensamente pessoal, resolvi que aquele, deveria sob os seus reservados sete palmos tornar-se o adubo que alicerça-se este novo blogue numa vida próspera.

Vai daí, convidei dois amigos a juntar-se ao blogue e ainda um terceiro de quem continuo à espera, e com os seus pareceres positivos, criei este nato pecador. E um dos motivos de povoar o blogue, passava pela maldita patologia dos comentários, os jornais vivem das vendas, a televisão e a rádio das audiências, os blogues vivem de comentários e a falta deles aterrou-me num estado em que nada mais parecia reger as publicações do "159cm". Urgia a necessidade de mudança, composto que rege o mundo. Povoar o blogue traria assim uma lufada de ar fresco que ora permitiria haver mais, variadas e frequentes publicações, como, na minha esperança, mais gente, imanada pelo novo atractivo.

Contudo, estas terras d'O Pecado, são tanto ou mais estéreis que os centímetros do seu adubador, não as pisando quer comentários, quer colaboradores. Para graça do omnipresente que vê assim a sua criação longe e fugidia de tão contagiante mal. Mal este d'O Pecado que me parece contaminado pela patologia maldita do seu predecessor, por ele estrumado, germinando maleitas congéneres. Mas para minha desgraça, Lúcifer, ensombrado na apatia destas terras, carregando, neste ermo anátema, o desejo de outras estrelas além de Vénus.

Por vezes, contrapondo os valores dos contactos nas ditas redes sociais, olhando para este pecaminoso canto, alojado algures num dos muitos servidores por esse mundo fora, parece-me sentir que o desinteresse, por estas palavras, vai além do virtual.

E num jeito de homenagem, àquele que, em vão, à terra foi botado, abaixo deixo transcrito a publicação que no mesmo dia que este nasceu, àquele ditou a anunciada morte.



"Lágrimas no funeral de 159cm

Com o fétido odor da putrefacção, inundando as narinas daqueles que, crentes vinham beijar a nojenta face do velado morto. Eis que chegou a hora de cancelar o constante adiamento da sua soterração. 159cm fina-se assim sob os seus há já muito reservados sete palmos e em breve, tornado adubo, há-de fecundar "O Pecado", que vem já nascendo da semente da sua memória. Quando da terra brotar o rebento, aqui vos colocarei o endereço.

Até lá, chorem no funeral deste pequeno esquecido..."

Ninguém, porém, o chorou.

domingo, 10 de outubro de 2010

Mão severa no mexilhão.

Desde o passado dia 29 de Setembro que é manchete o plano de austeridade que o governo voltou a apresentar em dia, e à hora, de jogo do Benfica. Tanto que eu, benfiquista assumidamente doente, ouvia as declarações do Primeiro Ministro enquanto via o jogo do meu glorioso. O Braga jogara no dia anterior, Porto e Sporting jogavam Quinta-Feira, não descurando o grande jogo de Domingo, na Luz, entre os dois "milionários". Passado pouco mais de uma semana jogava a selecção cujos resultados e polémicas provoca(va)m o burburinho que sabemos e isto num país que, como já disse num outro artigo, pela bola tudo esquece. E que seria de nós sem a bola, de que haveríamos de falar, que assuntos seriam mais importantes que a absurda querela entre F.C.P. e S.L.B. lançada à duas décadas pelo senhor Jorge Nuno?

Adiante. Que melhor altura para lançar a público, e logo depois da "atenuante" visita do secretário geral da OCDE que, aconselhava exactamente medidas austeras para a recuperação económica de um Portugal que desde há 300 anos, só em 41 de regime ditatorial conseguiu alguma estabilidade que, em semanas tão importantes no que diz respeito ao futebol?

Num país já habituado a comer e calar e onde as pessoas têm cousas mais importantes com que preocupar-se do que política e políticas. Porque quiçá, não serão afectadas pelas decisões dos senhores que em "Lesboa" governam o resto de um país que para alguns ministros é deserto e para outros fica bem é cheio de betão e debaixo de água. Porque as decisões destes senhores em cortar nos salários de quem já ganha pouco e em encerrar escolas e outros serviços em zonas já por si votadas ao abandono, não parecerão afectá-las. Mais vale falar de bola, telenovelas e bisbilhotar a vida do vizinho.

Estou na minha quarta matrícula na universidade, durante os três primeiros anos dependi de um empréstimo bancário para poder estudar. No primeiro ano consegui a bolsa mínima, isto apesar de ter a minha irmã também no ensino superior, numa universidade que já na altura praticava a mais alta propina permitida por lei. No segundo ano, a minha irmã já acabara o curso, foi-me negada a bolsa. Este ano, com a desculpa da crise, o crédito não foi renovado para o 2.º ciclo. Pago, portanto, mensalmente, juros de 60€ e a partir do próximo ano quando ainda estiver a concluir o mestrado, porque com Bolonha de nada me vale a licenciatura, é, aliás, praticamente o mesmo que nada, tenho de começar a pagar o empréstimo. Ou seja, ainda sem ter o curso acabado, já me vão estar a cobrar o empréstimo de que careci para poder ingressar no ensino superior e com o mesmo tornar-me futuramente mão-de-obra qualificada...

Não vou entrar agora em questões como Portugal ser dos países da Europa onde o ensino universitário é mais caro e ser inversamente daqueles onde se aufere de um salário mais baixo, nem em questões de elitismo do ensino superior. Mas vou falar de factos como planos de austeridade em que se reduzem pensões a pessoas que ganham pouco mais que uns míseros 200€, depois de toda uma vida a trabalhar, vou falar de cousas como pensionistas que no caso de arranjarem emprego terem de optar entre a pensão e o salário e cortes nos salários a partir de 1500€. E como não sou economista, nem tampouco pretendo ser nenhum entendido destas cousas de finanças e economias, peço desde já desculpa por qualquer erro grosseiro da minha parte, nestas questões de finanças.

Claro está que quando se fala nestas situações de cortes nos salários, o povo - quando fala - se queixa logo que estes cortes não afectam os senhores que decidem sobre eles. Mas isso não é verdade meus senhores. O Presidente da República, por exemplo, vai ter 725€, salvo erro, reduzidos aos seu salário de 7250€. Vai receber uns míseros 6525€ - para coçar o horto - mais três reformas, por cargos que ocupou anteriormente. Reformas das quais, exemplarmente, o louvado senhor Aníbal Cavaco Silva havia já cancelado uma delas, aquela de menor valor, como exemplo do seu esforço para a retoma económica deste nosso murcho canteiro, no cu da Europa, plantado à beira mar.

E porque nisto de recuperação da economia, todos temos de dar o nosso contributo, não só os pensionistas e o Presidente da República, há também o, inevitável, aumento de impostos. Aumento esse que claro está afecta o povo, o típico mexilhão dado à lixadela, porque nos seus negócios milionários, a PT e outras empresas, assim como os bancos, continuam isentos de quaisquer responsabilidades para com as finanças do estado, ou senhores como António Mexia e outros directores gerais e executivos, os chamados CEO - que está mais na moda - continuam a auferir salários equiparáveis aos de países do G20 - num país que diziam, as grandes obras públicas transformariam num país de terceiro mundo - e a receber bónus absurdos, na categoria do "milicamponário" (Grego, kampi = monstro).

E o senhor engenheiro (ainda tenho o exame domingueiro entalado na garganta), finge uma birrinha com o congénere social democrata e "ameaça" a crise política, numa autêntica palhaçada e gozo com a cara do lixado mexilhão, se não lhe fizerem a vontade, dizendo que é de crucial necessidade para o futuro económico do país, que o povo que já trocou o cinto por um baraço, porque não eram possíveis mais buracos, ou que já nem baraço usa, pois não tem calças para segurar, é a sacrificada carne, no canhão da contínua ofensa capitalista ao "bom senso comum".

Vai-nos enfim valendo que a selecção venceu a Dinamarca por 3-1 e com esta boa mostra do novo seleccionador Paulo Bento, o caminho rumo ao Europeu parece agora menos tenebroso.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Não me lembro em que ano foi - algures entre 1996 e 1998, certamente - nem qual o dia, de qual mês, de qual estação, nem se os solários sombreariam antes ou pós meio-dia. Mas, arrisco que fosse de manhã. Sei que o céu estava limpo e o dia bastante agradável. Talvez fosse já Primavera.

Conforme as datas evidenciam, era eu adolescente, nos meus trilhos da escola secundária e nem sei se houve um qualquer contexto, pegado na conversa corrente, se foi uma mera abordagem repentina, mas lembro-me perfeitamente quem foi e qual a pergunta; "Olha, tu que CD's tens? Sem ser Prodigy, claro. Deles deves ter tudo." "Nenhum." Foi a minha resposta. Aparte uma ou outra das compilações que na altura eram topo na tabela de vendas; Topstar; Dancemania; e por aí fora, e ainda uma qualquer colecção de músicas de filmes, não tinha CD's - estes referidos eram dos meus pais. Tinha dois módulos leitores de CD's, da idade da pedra que já nem liam alguns CD's e uma aparelhagem mais antiga ainda cujo leitor de cassetes começava a dar as últimas.

Não tinha um sistema Hi-Fi, esse só bastante mais tarde e mesmo os primeiros CD's tardaram a ser comprados e tiveram de ser muito bem escolhidos, para que não me arrependesse e chorasse depois o dinheiro. Até o primeiro CD que pedi para me gravarem - na altura não era qualquer um que tinha uma drive gravadora de CD's, aliás, ter tal dispositivo era meio caminho andado para resolver os problemas monetários de qualquer comum adolescente, claro está que se era adolescente e tinha uma drive dessas, não devia ter problemas de dinheiro - pois o primeiro CD gravado, foi ponderado e reponderado, até decidir pagar o valor que me era cobrado. Não durou sequer um ano, até se estragar. Arrependi-me tão penosamente que acho que ainda hoje trago a azia dessa amargura entalada na garganta. Não me lembro quanto paguei, mas foi por volta dos mil escudos, talvez mais. E eu não tinha mesada...

Hoje, qualquer criança com dez anos vai à Internet e saca a música, o álbum, ou o filme que quiser. Digo dez anos, porque há dez anos, sacar uma música de 6mb no tempo que hoje demora a sacar um filme de 600mb era um feito tremendo, possível apenas para as melhores ligações de Internet que eventualmente seriam de linha RDIS - não se perdia o sinal do telefone quando se estava ligado à rede e ao contrário dos 56kbs das ligações "normais" uma ligação RDIS era superior a 70kbs. O DVD era novidade há dez anos, hoje existe o Blu ray... As k7 nem se usam mais, até os auto-rádios são já equipados com leitor de mp3, CD e alguns até lêem pen drives. Quando eu tinha dez anos foram lançadas as primeiras versões do Windows 3.x...

Muita cousa mudou entretanto, para não dizer que tudo tenha mudado. O Pão de açúcar é Pingo Doce e fustiga a paciência à santidade de qualquer pai, com os seus anúncios irritantes e persistentes. A URSS caiu, novos países nasceram aqui e além. Portugal tem uma selecção de futebol que já merece estatuto de vedetismo, apesar de uma federação imensamente amadora. Já ninguém pensa em aparelhagens, basta um computador, certamente portátil, e um conjunto de colunas. O governo fornece os computadores a crianças com menos de dez anos!!! Quinhentos escudos não dão para o café e um maço de tabaco. O escudo já nem existe. Até o amor e a amizade são valores diferentes.

E no entanto, tudo está na mesma, continuamos sem aprender nada. Matando-nos uns aos outros, procurando espezinhar o próximo, enchendo o nosso bolso deixando outros passar fome enquanto nós deitamos o excesso para o lixo por capricho.

Tanta mudança, tanta diferença e tudo o que realmente importa, está igual ou pior. A merda é a mesma, o cheiro é que é diferente...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Outono


































José Malhoa - Outono (1918)




Mais cedo ou mais tarde, quando o leitor ler estas palavras já o Verão deverá ter as bagagens prontas, despedindo-se até ao próximo ano, quando voltará para mais umas merecidas férias e já o Outono terá começado a desemalar a trouxa que trouxe para mais uma apanha da castanha e bom vinho bebido à lareira, saboreando o fruto.

Com o Outono volta também O Pecado que fora de férias aproveitando a oportunidade de férias que lhe trouxera o amigo Verão, assim se afastando, quase que por completo, das lides do mundo em linha. Mas, enfim, eis que se regressa à casa que durante três meses foi ganhando, vazia, pó e teias de aranha, para vermos, em presença, pó e teias de aranha continuar acumulando durante o restante ano.

Deixo-vos com um vídeo-poema do meu conterrâneo, Pedro Moreira, recitando o poema "Homem Só", incluído no livro de poesia "Café Solo" do também ele conterrâneo Miguel Pires Cabral. (Sobrinho de um outro Pires Cabral e claro está primo do filho deste.)






P.S.: Outros poemas do Miguel podem ser lidos e comentados aqui, onde se encontra também uma ligação para adquirir o livro, caso haja interesse.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A bola e a literatura...

Em 2004, Portugal, como país anfitrião do campeonato europeu de futebol e como povo que vivia o sonho de vencer finalmente a prova - estávamos já apurados para a final - chorou timidamente a morte, a 2 de Julho, de um dos nomes maiores da sua literatura. O país de poetas, de idioma "doce e agradável" (Miguel de Cervantes) e a que Olavo Bilac - o poeta brasileiro, não o vocalista português - chamou "a última flor do Lácio", ignorou quase que por completo, na euforia da bola, a morte de Sophia de Mello Breyner Andersen. De resto, Sophia foi a enterrar em pleno dia da final, havia a vingança aos gregos a ocupar a cabeça, não se podia pensar em nada mais, nem a televisão poderia cobrir com maior acuidade a cerimónia, afinal o dia era de alegria, Portugal estava na final do europeu, o dia deveria passar-se com excessos e sensacionalistas reportagens em volta do almoço dos jogadores e comitiva da selecção; quantos feijões comeram Figo e companhia limitada, será que Ronaldo, na altura jovem estrela em ascensão ao estatuto de vedeta, espirrou ao acordar?

E a poeta lá foi assim, tímida e carinhosamente, na companhia daqueles que de facto se importavam suficientemente com ela, a enterrar. À sua volta as bandeiras esvoaçavam imponentes, os galhardetes dependuravam nos carros, os cachecóis orgulhosamente enrolados em torno de cabeças, pescoços e cinturas. O país estava em festa, o que é a morte de um poeta? (Claro está sem descurar a restante obra da autora.)

Nós portugueses somos assim, não queremos sequer mudar; amanhã, hoje há bola!

Passaram quase seis anos, faltavam cerca de duas semanas pois se cumprisse aquele aniversário, e foi Saramago quem nos deixou, em meio do campeonato do mundo de futebol. Não reúne o romancista, prémio Nobel da literatura, o mesmo consenso junto da população, amado por uns, odiado por talvez muitos outros, mas, indubitavelmente, um nome grande da literatura nacional. E desta vez, a febre do futebol não abafou nos seus calores o funeral do escritor, as pessoas saíram à rua e mostraram a sua empatia e simpatia para com o autor. Portugal não jogava, nesse dia, a bola não assumia prioridade.

Não, a selecção portuguesa não jogou Domingo, jogou hoje, Segunda-Feira, e quem sabe abençoado per Saramago - que por divergências ideológicas abandonou o PCP - aplicou uma grande goleada à selecção da Coreia do Norte. Vicissitude a que não deixo de encontrar bastante piada. Vão chover reedições e inéditos e todos hão-de falar de Saramago durante a época estival e muitos hão-de ler Saramago na praia. Até que, como 2004 seja o ano do europeu de Portugal, 2006 seja o ano do mundial da África do Sul, não "O ano da morte de José Saramago".

Mas não queria acabar, sem primeiro comentar a atitude do Vaticano que, logo após a sua morte, em toda a santidade daquele pequeno estado, "abençoou" a alma do português, com um claro sinal de esperança de que este possa encontrar na morte a paz que em vida não encontrou com o "criador", publicando na sua gazeta um dos artigos mais ofensivos à pessoa do escritor. Falam eles com toda a lata em perdão, penitência e dar a outra face... Talvez devessem rever nas suas palavras as críticas que o escritor apontou à sua igreja e quem sabe comprar uns espelhos lá para o palácio... e já agora, para terminar, talvez não devessem atirar tantas pedras, porque com os escândalos mais recentes, pergunto-me como andará o telhado...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Esteja melhor,

ou pior, O pecado está de cara lavada. Após uma ligeira descida no número de visitas semanais, quer dizer, de uma média de vinte visitas semanais para meia dúzia, o arrombo é de mais de metade, mas há que manter sempre o optimismo. Mas como dizia, após a ligeira descida no número de visitas e com os novos modelos e esquemas proporcionados pelo Blogger, resolvi dar uma nova demão n'O pecado.

Assim, limpinho, cheiroso e perfumado, O pecado traz nova roupagem para as boas-vindas ao Verão que se aproxima e deixa mais uma música de uma banda nacional, via o amigo youtube, para animar a malta, cousa que faz tanta falta.



Virgem Suta - Tomo conta desta tua casa


segunda-feira, 31 de maio de 2010

A alternativa é poluir.

Lembro-me de em criança ler e ouvir falar imenso sobre o fim da gasolina. Supostamente, no início do XXI século o petróleo teria acabado, ou estaria próximo do seu fim. Ditava-se assim uma necessidade de encontrar soluções. E essas soluções sempre passaram pelas energias limpas.

Hoje, em já pleno século XXI, o petróleo continua sendo a principal fonte energética das nossas industrias e meios de transporte. As alternativas existem, mas são tão parcamente exploradas e as oportunidades de dedicação às mesmas tão rejeitadas e abafadas na máquina do capital petrolífero, que até a compra de carros eléctricos parece coisa de ficção científica.

Os parques eólicos são contestados per populações que se queixam quer do barulho dos aerogeradores que, os impedirá de dormir (?), quer do aspecto que os mesmos confiram à paisagem. Gostamos mais de respirar o fumo pesado e malcheiroso de fábricas e escapes de automóveis e motorizadas. E de ver a natureza violada pela mordaz fealdade dos gigantes de betão. Somos assim mesmo, ignóbeis e ignorantes.

Há cousa de mês e meio que na costa atlântica da América, uma fuga de petróleo - esse mesmo que estava para acabar, esse mesmo que é tão poluente que é preciso acabar com a sua dependência - lança valores tão exorbitantes de crude no oceano, valores que o comum humano nem consegue conceber concretamente, que a onda de poluição atinge já os 30 quilómetros de comprimento per 10 quilómetros de largura. 30 quilómetros é mais que a distância que separa Macedo de Cavaleiros da minha aldeia; Peredo. 10 quilómetros é metade da distância que separa A mesma cidade da vizinha Mirandela.

Depois de diversas tentativas falhadas, a actual (que se já admitiu não reterá a totalidade da fuga) só em Agosto surtirá qualquer efeito. Até lá, são pelo menos mais dois meses de crude lançado no oceano, afectando todas as espécies que neste têm o seu ecossistema e que deste dependem para viver, onde se incluí o ser humano. Mais dois meses, sobre o actual mês e meio, perfazem mais de um quarto da duração de um ano. Mas a fuga não será totalmente controlada, portanto, mais petróleo vai continuar a ser lançado na costa do Golfo do México. Facilmente de um quarto, passaremos a um terço de um ano, com o petróleo jorrando dos tubos danificados pela explosão, como de uma jugular, ou qualquer outra artéria, cortada.

Se a este incidente somarmos todos os outros desastres ocorridos com petroleiros que já tanto poluíram os oceanos e afectaram ecossistemas e vidas animais. Se lhe adirmos a quantidade de lixo que sem pudor atiramos para o chão, apesar de todos os avisos que nos façam, por mais poluídos que vejamos os céus e calçadas das nossas cidades. Se a tudo isto ainda somarmos os efeitos das alterações climáticas. Seremos capazes de dormir tranquilos e continuar a atirar o lixo para o chão, quando temos um caixote de lixo a menos de dois metros, custar-nos-á tanto assim separar o lixo para reciclagem?

Infelizmente, a grande maioria vai continuar sem qualquer problema e vai ainda achar que não é obrigação sua fazer qualquer esforço, para melhorar a face do planeta que lhes dá habitação e alimentação, o planeta que lhes deu e dá vida. E também, a máquina capitalista petrolífera, jamais sequer ponderará qualquer alternativa que combata o uso desmesurado de petróleo e a sua poluição. Este acidente, no fundo, literal e figuradamente, não vai ser mais que uma mancha negra na história da humanidade, mancha à qual tudo se fará para esquecer e minorar. No final, quando esta fuga estiver controlada (esperançosamente algo há-de resultar), os preços da gasolina hão-de aumentar novamente, as pessoas hão-de queixar-se e culpabilizar o governo e vão continuar a usar o carro, não vão procurar soluções e como em tudo, hão-de deixar para outro e para amanhã. Porque na verdade, as gerações que sofrerão as consequências não serão as nossas.

E a alternativa será sempre a mesma, continuar a poluir.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vulgo ensino/ tudo o resto...

Individualizações conotadas de ignorância pura e sentido de trama, percorrem os meus dias sobrevoando mentalidades obscuras de incoerentes e intemporais medidas, pelo gosto de sentir um dito "toma" por parte de outrem... É sabido que a actualidade revela lacunas em todas as direcções, remetendo para cada um de nós, um "jogo de cintura" que há muito não existia, pelo menos não nestes termos...
A educação individual, vulgo parental, é deficitária, permanecendo apenas a incompetência de comportamento, dando lugar apenas à estupidez. Os valores éticos e morais são repudiados pelos demais, apenas porque é sabido como agir para incomodar e importunar a vida alheia apenas porque sim...
É fácil destruir, é fácil contornar o sistema, é fácil evocar provocações e insinuações de actos não verificados. Com toda esta panóplia de acções, permanece a força de vontade, permanece o pulso firme e o corpo erguido para aparar as facadas desferidas, venham mais, quero mais, tudo o que for possível, no fim, apenas EU como entidade estarei de pé, apenas EU irei ecoar o tom jocoso e verdadeiramente genuíno desta estupidez que se chama o ensino em Portugal...
Deixo aqui o apelo directo, banal e incontornável: Força...

sábado, 15 de maio de 2010

http://www.1billionhungry.org/

(Recebido por email.)


O actor Jeremy Irons dá a cara (e a voz) numa campanha de sensibilização da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação) contra o flagelo mundial da fome. No vídeo, fortemente inspirado numa cena do filme Network (1976) - em que Peter Finch interpreta um pivô que se irrita com a situação do mundo - Irons repete várias vezes "I'm mad as hell, I'm mad as hell, I'm mad as hell" ("estou louco de raiva", em português).







ASSINE AQUI E AGORA, FAÇA A SUA PARTE!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Não resisto a estes aljôfares...

"sininho marcy my ataca muita vex presico d axuda xe a alliança fore unida mi podem ajudar xuas kurdenadas são 81:70 my ajumdem por favor"


Ye causo para dezir; Ó rapaç, fala an pertués, senó naide t'antende...


sexta-feira, 23 de abril de 2010

Parece que las cinzas de l Eyjafjallajökull afetórun tamien l tráfego ne L pecado. Por este andar, solo ne l próssimo anho, ne l'anibersairo de ls cien anhos de l boto de la senhora, alguien será capaç de dezir l sou nome. Poderie eibitar la spera i dezir yá l sou nome. Mas assi cumo Godot, hai qu'asperar tamien por eilha. Mas anquanto speramos, dou-bos música, qu'até ber ye mais de l que me dais bós a mi. La nuoba música de "Mão Morta", de l álbun "Pesadelo em peluche". Çfrutai.


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Trivial

Regressa o trivial a'O pecado e desta feita, quero que me digais quem foi a primeira mulher a votar em Portugal.

Uma dica, foi antes de 74 e da revolução dos cravos, ainda quase a pólvora do regicídio cheirava a queimado.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Parabéns Chico!!!

Porque hoje é o aniversário do Chico, para quem não sabe, uns dos meus melhores amigos. E porque foi ele quem me enviou a imagem que compõe a publicação de hoje. ;)


Legenda:
- Estimado(a) /b/, Porque é que ninguém sabe como satisfazer as mulheres?
- Porque ninguém tem o pene feito de chocolate e que ejacule dinheiro.
- Touché. (Certamente desnecessário traduzir... Mas só para o caso: "Em cheio." "Boa." Etc.)
- És a partir de agora e para sempre a minha pessoa favorita. (Fica a dúvida do inglês se o trato é formal "você", ou informal "tu", vá-se lá saber porquê, preferi usar o registo mais casual, na minha tradução.)
- Vitória inquestionável.

Vitória inquestionável
Quando te crescer um pene de choclate e que ejacule dinheiro.



(Não resisti a manter a gralha no docinho...)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

E porque hoje é o 1.º de Abril,

recordemos um enorme homem cuja pátria era a poesia e que infelizmente a morte nos roubou à catorze anos, empobrecendo assim escandalosamente a vida cultural do nosso país.

sábado, 20 de março de 2010

A ver!

Gostava de aqui deixar uma coisa com sentido.
Uma coisa do género uma frase, que no fim, se deslindasse em lógica.
Uma coisa ao acaso, assim tipo, mandar números para o totoloto,
Ou euromilhões, inovações à parte, e acertar, acertar nos exactos seis números e duas estrelas,
Ou nos cinco e suplementar,
Merda do género, o cheiro não é diferente...
É a dinheiro!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A língua mãe!!!

O cartoon foi roubado deste blogue, cuja autora o havia já descaradamente roubado desse.









Pergunto-me se terá acontecido algo parecido com os seguintes:

- "Pessoal eu já lê a mensagem do ikariam e ainda continuar todas as lampadas apagadas inclussive a minha. Como já foi falado por ai que era apenas lê e voltava ao normal não aconteceu isso. E até sai e entrei novamente no joga e nada. Mais não e isso o que venho fazer e sim ofertar enxofre a todos a venda pois já faz muitas vezes que venho querendo vender tenho disponivel 94 mil de enxofre a venda pessoal por favor entra em contato com migo... agradeço a todos.... mesmo todos estando off neste momento..."


- "algam me sabe diser como esta a decorer a batanhas em Pasargada II? e se é persisso reforços?"


- "xegei a stone sour e peço lisensa au general para entrar isto se não ouver nenhom marchal hahaha"



Pois, parece que são coisas que acontecem na Internet, afinal o pessoal está aqui para se divertir [o que não sei porquê, implica escrever (muito) mal].




Hum! Ou então não... Talvez me tenha enganado...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Trivial

Esta acho que não é difícil, mesmo aqueles que não sejam afoutos na língua latina, poderão facilmente buscar um dicionário online e resolver este interessante (puxo a brasa à minha sardinha) exercício. Entendeu-se já, creio, tratar-se então de uma tradução. Portanto, boas línguas. ;)


"Ademus ad montem fodere putas cum porribus nostrus."

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Chemichal Brothers

Há já algum tempo que não vinha a'O Pecado dizer dois ou três disparates. Lembrou-me hoje de voltar cá e trazer mais uma proposta musical, quando reparo que fora exactamente essa a minha última contribuição no blogue - e a dobrar, que um disparate nunca vem só, e como o outro nunca o disse: "Quando se diz 'parate', logo outra vez se diz 'parate'." Catacho!, pensei de mim para mim, já que nada do que visto tem botões, Então tu queres ver que depois de o João te gabar o blogue, tu agora é só dar música à média de vinte visitas semanais do blogue? Não pode ser, concluí. E daí me lembrou um certo episódio da minha adolescência o qual resolvi partilhar com os pacientes visitantes que em muita estima tenho. Já agora, devo dizer que depois de me presentearem com um: "O teu blogue é demais." (Muito obrigado João.) Não me cabe um chícharo no cu.

Mas dizia eu, ter-me vindo à memória, um episódio que, talvez, prepotentemente me lembra espíritos incompreendidos como Galileu, ou Nicolau - ou ainda "Galiltu" e "Nicolui"... loooooooool. Não que tenha eu descoberto a pólvora que incendiaria as formandas mentes da rebeldia adolescente, mas sim, porque também eu fui gozado e desacreditado e depois a minha "chacota" virou ponto alto em qualquer discoteca, botequim, baile de finalistas e aparelhagem da juventude emergente, no meu amado coração do nordeste transmontano, Macedo de Cavaleiros.

Estávamos portanto em meados dos anos 90 e não sei precisar se era aluno do 7.º, se do 8.º ano, o certo é que a disciplina era Francês. E como trabalho para casa (TPC) a professora pedia-nos que falássemos da nossa banda preferida e claro está da sua música, género, o que nos levava a gostar, o porquê de ser a banda preferida, etc. O certo é que na altura não tinha nem CD's, nem onde os reproduzir, a cassete e o vinil ainda reinavam conjuntamente com a ascensão do pequeno disco de leitura laser e a rádio era uma óptima companhia. E foi lá que descobri muitas das minhas futuras paixões musicais. Uma das quais os britânicos Chemical Brothers.

E foi precisamente dos Chemical Brothers que falei no meu trabalho, acérrimo aficionado pelos ritmos de dança, conjuntamente com The Prodigy, os Brothers eram uma lufada de ar fresco nas minhas jovens sinapses que, fervilhavam ao ritmo daquela fantástica inovação que soube mais tarde chamar-se Big Beat. (De resto haveria de anos idos idealizar um projecto baseado neste novo género musical ao qual chamaria New Prodigies of Dance Music. Apenas precisava que alguém com alguma formação musical e tanta vontade como eu se juntasse a mim, na caminhada que havia de levar-nos lado a lado aos palcos onde actuavam os grandes nomes da cena da música de dança...)

Como dizia, porém, falei de Chemical Brothers. E do quanto aqueles ritmos me maravilhavam. Mas apenas para descobrir que falava de uma banda da qual aparentemente eu era o único conhecedor. Não lembro a cena com todo o detalhe, mas ainda escuto o ressoar das exclamações e indagações: "Chemical Brothers!?! Onde ouviste isso? Deve ser alguma das bandas que inventou na cabeça dele. Também são do teu planeta?" (Quem se lembrar do texto sobre Alien, o 8.º passageiro, há-de saber o porquê de tal referência ao meu planeta.) E não, não eram do meu planeta e fora na Antena 3 que ouvira os Brothers, assim como muita da melhor música que na altura conhecia.

Que bem me lembro, de aproveitar o final das cassetes dos meus tios, para naquele intervalo que a gravação de um qualquer álbum, ou compilação pessoal deixava virgem, gravar nem que só uma pequena parte das músicas mirabolantes que me presenteava a rádio. A espera pelos programas específicos de música de dança... Certamente aos Sábados à noite, mas não posso dar certezas daquilo que me não lembra com exactidão. E depois, juntar todos os trocos possíveis para comprar a primeira cassete, creio que seria de 90 minutos, para poder ter mais gravações daquela música fantástica. As tardes em minha casa, com o Telmo, escutando até à exaustão aquele talvez nem um minuto da Breathe de The Prodigy, gravado com sorte uma certa vez que ouvia rádio esperando poder ouvir aquele hit extraordinário.

Mas falava do TPC de Francês que, a maioria da turma não fez e que, dado o tão elevado número de faltas, levou assim à oportunidade de o fazer para a semana seguinte. E nem de propósito isso aconteceria, a banda que na semana anterior era apenas fruto da minha imaginação e actuaria pelos palcos interplanetários da galáxia onde se situa o meu planeta natal, era afinal a banda favorita daqueles que outrora haviam questionado a sua realidade e a minha sanidade. O que melhor me lembro é do olhar da professora Conceição Teixeira na minha direcção com um certo quê de afago e compreensão. Afinal eles existiam neste plano da realidade, nesta galáxia, neste planeta e influenciavam aquela adolescência que era também a minha.

Hoje certamente ninguém se lembra desta história e se calhar se a contar aos seus restantes protagonistas, responder-me-ão: "O quê? Mas tu estás maluco? Não me lembro de nada disso. A Francês?" Mas aquilo que de facto a mim interessa, é que a minha loucura revelou-se no prazer deles. NPDM nunca foram mais que um conceito de banda idealizado na minha imaginação e os palcos onde actuaram não mais reais foram que o sonho, mas a verdade é que hoje tenho projectos musicais reais e faço a música que gosto, apesar de talvez nem sempre como imagino, mas no próximo dia 10 de Fevereiro, um desses projectos vai voltar a actuar aqui em Aveiro no Bar do Estudante. E pode não ser o mesmo palco dos Chemical Brothers, mas sei que uma vez mais vou ter bastantes dos meus amigos dançando, degustando e deliciando-se com a música que eu e o Trovisco trouxemos da nossa imaginação.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

IK MUX - Novo Estado Novo

Apesar de haver ainda hoje muitas boas bandas portuguesas, escolho para deixar aqui como proposta nacional para este novo ano, uma música já dos idos anos 80.


Matt & Kim - Yea Yeah

E para começar o ano bem-dispostos, aqui fica mais uma proposta pecaminosa.






Forget your court date
Lock me away, the world waits
Cuffs cut deep to the bones
We're trying to sleep, we're trying to sleep
I hope these hands, woahh-ohh-ohh
Can turn back time
I want time to be a game and we're losing this one,
But still i'm sane

Yea yeah
Yea yeah
Yea yeah

You stole tapes and a flashlight
On a summer night from my car
I found something in a lightening storm
With heavy rain and thunder like melted storm, yeah
When everything seems to wash away
I walk here with just two feet on the ground
Ground, ground, ground, ground, ground!

Yea yeah
Yea yeah
Yea yeah

Lock me up, officer
What a mistake i made
Yea yeah, take me away
I say this to myself
Close the door on myself
Yea yeah, take me away
I found something in a lightening storm
With heavy rain and thunder like melted storm, yeah
When everything seems to wash away
I walk here with just two feet on the ground
Ground, no, no, no, no!

Yea yeah
Yea yeah
Yea yeah

A minha agenda.

Mais um Natal que passou, o Pai Natal continua a ganhar lugar ao menino Jesus na corrida pelo protagonismo do Natal e as grandes marcas e cadeias capitalistas, na calada, ficam com os louros. Numa tentativa de reaproximar as pessoas do real espírito natalício, expurgando a tendência consumista e frívola que ao longo das últimas décadas tem assoberbado a época, houve quem optasse por colocar nas varandas, não o Nicolau adulterado, símbolo da escalada capitalista, mas sim uns panos - dos quais me escapa agora o nome - com a figura do menino nas palhas deitado. Reacendendo assim velhos hábitos que infelizmente cada vez mais se perdem, largando assim ao mesmo ostracismo que o poder central nos votou, as nossas próprias tradições e marcas únicas da nossa identidade.

Apesar de não ser católico, cresci no seio de uma família que me educou dentro desses parâmetros e o meu jovem quarto de século de idade, não me impediu de conhecer uma tradição natalícia que se revestia de valores morais e sociais em os quais paz e amor, não eram meras palavras vãs saídas da boca de qualquer candidata a "miss". Nada tenho contra o Pai Natal, mas a sua escalada na batalha contra o menino Jesus, pelo domínio da entrega dos presentes, trouxe uma alteração de valores ao invés de uma mera mudança da figura dadora dos presentes.

Honestamente, não acredito no Natal mais do que acredito na Páscoa ou em qualquer outra festividade religiosa. Não vejo aliás no Natal, mais do que vejo na Páscoa e mesmo no Carnaval, cedências do Vaticano e seus chefes, para manterem o povo feliz nas suas festividades pagãs, não questionando a usurpação de um certo deus às suas restantes crenças e modo de vida.

Não quero, é claro, com isto significar que não gosto do Natal, ou qualquer outra das festividades cujo sentido cada vez mais se perde ao longo dos anos. Antes pelo contrário, como qualquer estudante adoro as férias e é isso que me interessa. As férias.

E assim, chegando ao cerne da questão, O Pecado gostava apenas de desejar um bom novo ano e um excelente final de década, principalmente para aqueles que a vão celebrar a dobrar e aqueles a quem uma operação matemática tão simples faz espécie. Espero que tenham tido, ou estejam tendo, umas boas férias. E não esquecendo que amanhã é dia de Reis, O Pecado ainda não recebeu "A Minha Agenda".