sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Quem me conhece, sabe que não sou religioso. Desengane-se quem se iluda com a citação de João, na descrição do blogue. Como tal, não vejo no Natal qualquer outra celebração que a da hipocrisia consumista. Não posso, porém, deixar que finde este ano, remate também da primeira década do XXI século, sem deixar o meu voto sincero de felicidade, e todas as cousas boas que se esperam do porvir, a todos os meus amigos e outros leitores desde blogue.

Assim e com esperança que 2011, com todas as dificuldades esperadas, seja um ano de realização e consolidação dos nossos sonhos, até os mais pequenos, como ver o senhor Aníbal derrotado nas presidenciais, deixo-vos com a seguinte mensagem:


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Comunicado de Imprensa 21-12-2010


 
BARRAGEM DE FOZ TUA - GOVERNO ADAPTA CALENDÁRIO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ÀS “ENCOMENDAS” DA EDP
Das declarações e informações prestadas hoje pela Ministra Dulce Pássaro, na Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da Assembleia da República, não restam dúvidas aos “Verdes” que o Governo se estava a preparar para licenciar a Barragem de Foz Tua sem que a DIA (Declaração de Impacte Ambiental) estivesse plenamente cumprida, tal como manda a legislação relativa à Avaliação de Impacte.
 
Confrontada pelos Verdes, que estiveram na origem desta vinda da responsável pela tutela da pasta do Ambiente e Ordenamento do Território à Assembleia da República, para esclarecer a nebulosidade que tem pairado sobre os procedimentos relativos à avaliação de impacte desta barragem, Dulce Pássaro, ao mesmo tempo que reconheceu que as exigências e determinações da DIA não tinham sido plenamente cumpridas, assumiu que os prazos exigidos pela CA (Comissão de Avaliação) no parecer dado no quadro da Pós-avaliação dos impactes da barragem e do RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução) em Agosto passado, tinham sido renegociados posteriormente a pedido da EDP, admitindo o adiamento de muitos para uma fase posterior ao licenciamento. O que levou “Os Verdes”, através da deputada Heloísa Apolónia, a acusarem o Governo de “amparar” os interesses da EDP e não os das populações e do ambiente e de não respeitar a legislação relativa à Avaliação de Impacte que condiciona o licenciamento ao cumprimento pleno das condicionantes da DIA.
 
Para “Os Verdes”, que desde o inicio contestaram a construção desta barragem pelos numerosos impactes negativos que esta tem, nomeadamente a submersão da Linha e Vale do Tua e que em Agosto passado denunciaram, não só o facto de a DIA não estar a ser cumprida, como também o facto de o RECAPE tornar visível impactes negativos não estudados e não avaliados e outros negados ou minimizados, como por exemplo os impactos sobre a paisagem do Alto Douro Vinhateiro ou sobre a navegabilidade do Douro, ficou claro que o Governo está pronto a tudo, até a pôr em causa as exigências que tinha imposto à EDP no quadro do concurso público e da DIA, para “proteger” as pretensões e os interesses da EDP, o que levou a Ministra a declarar que “o licenciamento da obra ainda não aconteceu, mas não é nosso papel obstaculizar o promotor”.
 
Para “Os Verdes”, para quem os interesses da EDP não podem ser confundidos com o interesse nacional e regional, nem com os valores ambientais e culturais, fica claro que esta regateia todas e quaisquer compensações às populações e à região pelos danos causados. Situação para “Os Verdes” visível na recusa assumida pela empresa em construir uma linha ferroviária alternativa à do Tua a pretexto dos altos custos, quando a mesma empresa tem as mãos largas nas despesas que faz em propaganda enganosa, à volta da biodiversidade ou do desenvolvimento.
 
Neste confronto com o Governo sobre a Barragem do Tua, “Os Verdes” reafirmaram mais uma vez mais a defesa da Linha do Tua e a recusa das soluções apresentadas pela EDP, sejam elas a rodoviária para a mobilidade das populações, como a “dos barquinhos” para os turistas, e condenaram ainda a postura do Governo no ano em que se comemora a biodiversidade.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Candidatura Ibérica

Muito se tem indagado acerca do maldito TGV que apesar de todos os cortes e medidas de austeridade previstas para 2011, insistentemente se mantém nas contas e programa do governo. Ninguém objecta os postos de trabalho que a sua construção criará mas, de facto, é incompreensível esta tão urgente necessidade de unir Lisboa a Madrid, quando a portuguesa está tão desligada do país de que é capital. Já estamos, em verdade, habituados a que "esta cidade", no seu centralismo e miopia, pouco ou nada mais veja além da sua raia.

Ainda me lembro muito bem de um jornalista lisboeta referir acerca da, chamada, autoestrada transmontana que, o dinheiro gasto nesta obra serviria melhor se usado para alargar e modernizar a linha do metro de Lisboa. E realmente, para que queremos nós uma autoestrada? Os burros e as carroças andam muito bem por canelhos e lavradas. É que isto começa com autoestradas, mas daqui a uns dias ainda somos capazes de pedir electricidade e saneamento. E isso sai muito caro. Até porque a verdade é que como disse o outro, isto fica bem é cheio de betão e debaixo de água. Autoestradas para quê? Linhas de comboio modernizadas, para quê? Bota é betão e água que nós sabemos nadar. Aliás, de Lisboa e do seu governo, já estamos é mesmo habituados a nada.

Mas estou a desviar-me do assunto. Falava hoje o Zapatero, a propósito da candidatura Ibérica ao Mundial de 2018 (na pior das hipóteses, resta-nos 2022), sobre os 2300 quilómetros, não me engane a memória, de linha de alta velocidade dos dois países. E falava depois o Madaíl, sobre os óptimos estádios que após o Europeu de 2004 estão ainda numa excelente condição. Os óptimos estádios que são o Dragão, Luz e Alvalade XXI, já que outros como o do Algarve, onde se realizam, apenas, um ou dois jogos anuais, o de Aveiro, ou o de Braga, não vão sequer cheirar o Mundial.

Porém, quando Portugal ganhou a candidatura ao Europeu de 2004, o governo espanhol, publica e oficialmente, referiu o seu espanto e indignação, pela escolha de um país tão atrasado como Portugal, que nem tinha autoestradas, nem quaisquer condições de segurança e era pouco mais que um aglomerado rural, sem quaisquer infraestruturas para suportar um evento àquela escala. Então, na minha cabeça fez-se luz. Graças à linha de alta velocidade, Lisboa e Madrid estarão mais próximas e poder-se-á viajar cómoda e rapidamente entre as capitais para assistir aos jogos do Mundial que, serão quase todos em Espanha. Porque em Portugal, joga-se em três estádios, quando só na Galiza são dois os estádios que vão acolher o Mundial. Em Espanha joga-se em todo o país, Portugal incluí o Dragão nos estádios a receber o Mundial, pois sai mais barato construir as infraestruturas para o TGV, do que ter de voltar a reconstruir Lisboa após o terramoto pela exclusão do Porto da lista de cidades a acolher o campeonato.

É esta infelizmente a pequenez deste nosso país, uma cidade que se comparada com as grandes cidades de países civilizados não é mais que uma vila ensimesmada e prepotente, julgando-se representar em grandeza todo o país e, em verdade, nem sequer representando a sua própria e cobarde arrogância. Talvez o TGV devesse passar antes em Olivença, construía-se lá mais um estádio (à custa dos impostos dos portugueses que nem uma autoestrada mereciam, já que o dinheiro gasto na mesma poderia ser investido em Lisboa) e jogava-se lá todo o Mundial. Assim sim, era uma verdadeiro Mundial Ibérico e no final, continuavam a ser os espanhóis a lucrar com esta nossa prepotente infantilidade e mania das grandezas.


Durma antes de conduzir...