BARRAGEM DE FOZ TUA - GOVERNO ADAPTA CALENDÁRIO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ÀS “ENCOMENDAS” DA EDP  
Das  declarações e informações prestadas hoje pela Ministra Dulce Pássaro,  na Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder  Local da Assembleia da República, não restam dúvidas aos “Verdes” que o  Governo se estava a preparar para licenciar a Barragem de Foz Tua sem  que a DIA (Declaração de Impacte Ambiental) estivesse plenamente  cumprida, tal como manda a legislação relativa à Avaliação de Impacte.  
Confrontada  pelos Verdes, que estiveram na origem desta vinda da responsável pela  tutela da pasta do Ambiente e Ordenamento do Território à Assembleia da  República, para esclarecer a nebulosidade que tem pairado sobre os  procedimentos relativos à avaliação de impacte desta barragem, Dulce  Pássaro, ao mesmo tempo que reconheceu que as exigências e determinações  da DIA não tinham sido plenamente cumpridas, assumiu que os prazos  exigidos pela CA (Comissão de Avaliação) no parecer dado no quadro da  Pós-avaliação dos impactes da barragem e do RECAPE (Relatório de  Conformidade Ambiental do Projecto de Execução) em Agosto passado,  tinham sido renegociados posteriormente a pedido da EDP, admitindo o  adiamento de muitos para uma fase posterior ao licenciamento. O que  levou “Os Verdes”, através da deputada Heloísa Apolónia, a acusarem o  Governo de “amparar” os interesses da EDP e não os das populações e do  ambiente e de não respeitar a legislação relativa à Avaliação de Impacte  que condiciona o licenciamento ao cumprimento pleno das condicionantes  da DIA.  
Para  “Os Verdes”, que desde o inicio contestaram a construção desta barragem  pelos numerosos impactes negativos que esta tem, nomeadamente a  submersão da Linha e Vale do Tua e que em Agosto passado denunciaram,  não só o facto de a DIA não estar a ser cumprida, como também o facto de  o RECAPE tornar visível impactes negativos não estudados e não  avaliados e outros negados ou minimizados, como por exemplo os impactos  sobre a paisagem do Alto Douro Vinhateiro ou sobre a navegabilidade do  Douro, ficou claro que o Governo está pronto a tudo, até a pôr em causa  as exigências que tinha imposto à EDP no quadro do concurso público e da  DIA, para “proteger” as pretensões e os interesses da EDP, o que levou a  Ministra a declarar que “o licenciamento da obra ainda não aconteceu,  mas não é nosso papel obstaculizar o promotor”.  
Para  “Os Verdes”, para quem os interesses da EDP não podem ser confundidos  com o interesse nacional e regional, nem com os valores ambientais e  culturais, fica claro que esta regateia todas e quaisquer compensações  às populações e à região pelos danos causados. Situação para “Os Verdes”  visível na recusa assumida pela empresa em construir uma linha  ferroviária alternativa à do Tua a pretexto dos altos custos, quando a  mesma empresa tem as mãos largas nas despesas que faz em propaganda  enganosa, à volta da biodiversidade ou do desenvolvimento.  
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