quinta-feira, 9 de abril de 2009

A vida não passa de eterno Bossa nova, para nós eternos, tontos, enamorados, encontrados apenas na reunião capilar do sentir. Na verdade, a vida, para nós, não passa de uma enorme colecção de arrepios, ridiculos em público, talvez, depende do público, mas no íntimo, pedras basilares do ser.
Bossa nova é isso, a ligação directa do mundo real ao sentir, a viagem do pão nosso de cada dia ás profundezas mais belas dos nossos alicerces.
Não esqueçam, existimos para experimentar o amor!
Deixo então quatros momentos, para disfrutarem, "sacados" no nosso querido youtube.














Peço desculpa por não citar mais fontes, como por exemplo, de onde provem cada um dos momentos, mas bem sei, que muito certamente, seria trabalho ínutil.
Muito obrigado e forte abraço.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Novo álbum de Archive

Apesar de a crítica ao mais recente trabalho desta banda intitulado “Controlling Crowds” não ter a mais clamorosa recepção, deixo aqui a minha apreciação para os interessados.

Primeiro uma pequena introdução à banda...
Apesar dos altos e baixos desta banda proveniente do ano de 1996, resistem aos tempos de mudança. Para quem não conhece este grupo musical, refiro que pertence ao estilo musical denominado “Trip-hop”. Estilo musical extinto na sua essência, esta banda é um dos pilares da substância inicial que caracterizou o movimento artistico-musical que surgiu com Massive Attack (recuso-me a mencionar a santa trindade).

Archive nasceu para o mundo com o primeiro álbum intitulado “Londinium”. No meu ponto de vista o melhor até aos dias de hoje, álbum dotado de uma qualidade invejável que permanece inalcançável no estilo, quem me conhece sabe das minhas “pancas” com este tipo de bandas, no entanto “afirmo o que afirmei” sem arrependimento.

O segundo trabalho da banda intitulou-se de “Take My Head”, um álbum que a própria banda menospreza, no entanto, no meu ponto de vista, é dotado de bastante inteligência. Neste “Take My Head” a banda perdeu a extraordinária voz de Roya Arab, uma das vozes mais hipnóticas que já ouvi...

O terceiro, “You All Look The Same To Me”, tem mais qualidade que o segundo álbum. Vocalista novo e a inesquecível “Again”, quinze minutos de puro prazer audível.

“Noise” surge com um reportório invejável, para mim, o outro ponto alto na carreira destes senhores londrinos... “Noise” é audaz, grotesco e melodioso... simplesmente “Fuck U”.

“Lights” tenta manter a brutalidade e sonoridade do álbum “Noise”, tem grandes músicas, mas permanece o sentimento de que falta algo...

Por fim, o mais recente trabalho, de nome “Controlling Crowds” (data de lançamento 31.03.09)

01. Controlling Crowds
Um início inesperado, mais de dez minutos de sintetizadores melodiosos, que nos reporta para o tempo de “Londinium”, pleno de um ritmo melodioso, mesmo nas alturas de maior tensão.

02. Bullets
O primeiro “single” deste álbum. A música em si tem imensa qualidade, principalmente para um primeiro “single”. Pressente-se uma vertente do álbum "You all look the same to me". Uma surpresa agradável uma vez que essa sonoridade já não existia em grande percentagem na banda.

03. Words on signs
Música muito bem conseguida, dotada de uma calmia e de uma voz ritmicamente bem colocada. A presença do piano ajuda no seguimento da música.

04. Danger Visit
Esta música foi bastante criticada pelos entendidos (ou não) do assunto. A meu ver, apesar de longa, tem camadas interessantes para explorar. Encontram-se imensos efeitos na voz, secalhar desnecessários confesso... o ritmo é bom, como aliás seria de esperar desta banda.

05. Quiet Time
A surpresa principal do álbum... o regresso de Rosko. Rosko tinha colaborado com Archive no “Londinium”. Este cantor é um rapper, que lembra de imediato o álbum que referi, mas continuo a achar estranha a voz do “homemzinho”, preferia a voz a Roya Arab (ahh que saudades). A música em si, excluindo a voz, é possivelmente uma das melhores do álbum.

06. Callapse / Collide
Maria Q. Uma senhora com uma voz excelente continua a sua colaboração com a banda. Esta música deve-se a ela, música boa, letra também e claro, um piano a acompanhar como tem acontecido sempre que a senhora canta, que entenda-se, sempre com uma intensidade contagiante.

07. Clones
Mais uma música, identifica-se como Archive, mas nada de novo presente... no entanto vale a pena ouvir...

08. Bastardised Ink
A música mais curta do álbum, pouco mais de três minutos a ouvir novamente Rosko e Maria Q. O ritmo custa a começar, mas quando começa, avança de forma pacífica e controlada, como de resto elucida o nome do álbum. A mistura de vozes lembra novamente o “Londinium”, eu sei que sou repetitivo, mas este álbum (“Londinium”) é extraordinário...

09. King of Speed
Os entendidos dizem que aqui pode entender-se uma mudança no álbum... depende o ponto de vista. Esta música é bastante completa... a ouvir...

10. Whore
Para mim, possívelmente a melhor do álbum, tem uma atmosfera jazzy, a voz da Maria Q transporta-nos para uma melancolia extraordinária... brutal...

11. Chaos
Caos... bem explorada...

12. Razed to the ground
Rosko mais uma vez a dar a voz... poderá ser interpretada como uma espécie de continuação da música “Chaos”. De notar o baixo extraordinário...

13. Funeral
Música que me lembra o álbum “Take My Head”, é um final de álbum que prima pelo acumular de instrumentos inteligentemente...

Na minha opinião não será o melhor álbum da banda, nota-se uma pequena presença de todo o trabalho desenvolvido desde 1996 no decorrer deste “Controlling Crowds”.
Tem algumas surpresas inesperadas mas bem vindas, no compito geral gostei, mas provavelmente esperaria mais desta banda extraordinária. É um cd obrigatório para os amantes do “Trip-hop”, uma vez que na sua totalidade não desilude em nada, pelo contrário.

Enjoy...