quarta-feira, 6 de março de 2013

O Passos Coelho é um animal irracional.


Pode ser só de mim mas, parece-me que a única sensatez assente nesta declaração seria a lambada que alguém deveria ter logo assentado no focinho deste coelho ignorante, arrogante e totalmente aluado na sua anormalidade. Posso estar errado mas, creio que a solução mais sensata para combater o desemprego, seria acabar com ele. Acabar com o desemprego, não o Coelho, se bem que é uma medida aliciante e, talvez até, prioritária e fundamental em relação à anterior.

Este senhor que, dia a dia, vem demonstrado o quanto se está marimbando para o país que o elegeu e que, a cada palavra contradiz toda a campanha e pré-campanha que o levaram à chefia do governo, aparenta uma senilidade apenas equiparável à do Cavaco, esse que parece achar estarem no silêncio e na inacção os meios e métodos de defender a nação à qual preside.

Aliás, nada mais, além da senilidade, pode explicar-nos:
Como é que um senhor, cujas faculdades a nível de economia são reconhecidas desde 1965 (tornou-se bolseiro do Centro de Economia e Finanças da Fundação Calouste Gulbenkiane), não estranha a negociata do amigo Oliveira e Costa quando este, lhe dá a ganhar mais de 200% do capital investido em acções do BPN, num espaço de dois anos.
Ou como é que Pedro Passos Coelho conseguiu esquecer todas as suas declarações e, depois de eleito Primeiro Ministro, fazer o exacto oposto do que até aí vinha declarando. Enveredando, inclusive, por um estranho favorecimento e encobrimento da figura criminosa e fraudulenta de Miguel Relvas a quem, ainda, há quem chame de Doutor, certamente uma reminiscente equivalência dos anos de logro. O senhor Relvas que tomou como missão pessoal o homicídio do serviço público de televisão e cujas manipulações censórias tornaram o episódio entre Socrátes e Jornal Nacional da TVI numa escaramuça de crianças.

Senil é o único estado em que pode estar o homem que - depois de facilitar o despedimento, diminuir pensões, cortar salários, aumentar impostos, se recusar a criar condições de apoio à formação de emprego, dificultar ainda mais a vida a micro, pequenas e médias empresas e recomendar jovens e outros desempregados a emigrar - tem, ainda, a lata de afirmar que o desemprego se combate baixando os salários. Se não estiver senil, então somos nós, o povo, quem está doente por permitirmos que nos tratem assim, sem dar um bom par de lambadas nesse rufia que acha que pode simplesmente roubar-nos o dinheiro do almoço.

Só posso concluir que o bolso do povo seja muito agradável para meter a mão, porque parece que não querem tirá-la de cá, nem por nada.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Falar estrangeiro

Esta semana, ouvi o Ministro dos Negócios Estrangeiros, o senhor Paulo Portas, arengar num castelhano, a meu ver, quase perfeito, se o Sócrates o ouviu falar, deve ter-se, certamente, envergonhado do seu portunhol/espanholês. Já o Álvaro, o Santos Pereira, o tal que tem a maior confiança no Franquelim - não denunciei a fraude no BPN ao Banco de Portugal logo mal dei com ela, porque achei melhor esperar - Alves, e que é também ele ministro, da Economia e do Emprego, não o ouvi falar mas, acredito que, estando ele em Inglaterra, a dar uma palestra para empresários britânicos, o senhor tenha discursado em inglês.

O tema não é novo; o português, mesmo que mal o arranhe, procura sempre falar o idioma do país que o recebe. Acredito que seja uma questão de ética portuguesa, além de bons anfitriões, gostamos de ser bons convidados. Porém, falar português no estrangeiro, além de ser uma forma mais fácil de falar, visto ser a nossa língua nativa, é, também, uma medida de promoção da língua portuguesa, o que pode criar um maior interesse estrangeiro pela "última flor do Lácio." Qual é o problema dos intérpretes?

Convenhamos que, Álvaro Santos Pereira, tendo em conta o seu percurso académico, será crível que fale inglês sem mácula, e Paulo Portas que discursava com uma pronúncia límpida, dispensavam intérpretes. O que já não é o caso de José Sócrates e outros, que deveriam limitar-se ao diálogo na única língua que, por vezes mal, sabem falar. É, de resto, o exemplo que nos dão políticos, académicos e empresários estrangeiros. Raros são os que, sequer, se esforçam por dizer algumas palavras em português. Porque haveremos nós, então, de vergar a nossa língua às deles?


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Rezemos por Jardim Gonçalves e os seus 167 mil euros

"Não sou pessoa para fazer piadas fáceis com o que os outros ganham e menos ainda com as convicções religiosas de cada um. Mas um homem, católico ao ponto de ser do Opus Dei, mostrar-se incapaz de abdicar de parte de uma reforma de 167 mil euros quando o banco que fundou está em extremas dificuldades, só pode ter um significado: precisa que rezem por ele.
Esse homem, o Eng.º Jardim Gonçalves, não foi o único (longe disso) causador da atual desgraça do BCP. Mas só pode olhar cada pequeno acionista do banco, olhos nos olhos, sem sentir vergonha, se não tiver vergonha! Pessoalmente, não sou parte interessada, embora por razões várias detenha (há muitos anos) 500 euros de ações do banco, que valem agora cerca de 63 euros. Imagino aqueles que investiram não 500, mas 5000 ou 50 mil, ou mais. Não falo dos grandes acionistas a quem Jardim Gonçalves poderá ter dado muito dinheiro a ganhar (e talvez por isso se sinta no direito de ganhar uma reforma pornográfica); falo dos milhares de pequenos acionistas que perderam o que tinham.
Pode ser que Jardim Gonçalves siga a máxima bíblica de dar a quem precisa no anonimato ("não saiba a tua mão direita o que faz a esquerda"). Mas eu não creio. A perceção que dele se vai tendo, à medida que se vai sabendo do processo (ontem o BCP e o seu atual presidente, Nuno Amado, perderam em tribunal a possibilidade de lhe cortar a pensão) é a de um homem arrogante, inflexível e de um auto convencimento incrível. Um daqueles que dificilmente se salva. É bom que rezem por ele."
 
Artigo de opinião de Henrique Monteiro, publicado no jornal Expresso. Este artigo desrespeita o anterior acordo ortográfico.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013



Será que passou factura?

O cu do fisco

O senhor Francisco José Viegas, agora que já não faz parte do executivo, parece ter encontrado a coragem para classificar de absurdo o estado e as suas acções, pena é que não tenha tido esta postura quando o "seu" (des)governo decidiu assassinar, através do seu secretariado, a cultura em Portugal. Diz o senhor que manda "tomar no cu" o agente da AT (Autoridade Tributária e Aduaneira) que lhe exija a amostragem de factura, qual adolescente rebelde a insurgir-se contra os "adultos opressores".

Verdade seja dita, é, de facto, absurdo arrastarem-se casos como BPN, a miríade de casos envolvendo o bestunto Relvas, a sucessiva carga austera sobre o povo, e esses energúmenos dos centrões e Cia LDA, continuarem sendo perdoados por fugas ao fisco de milhões de euros e a fazer declarações ridículas sobre como a austeridade pode ainda ser aumentada. Claro que esses, a quem a austeridade não chega, acham que o povo não está já abusivamente onusto de atentados à sua (qualidade de) vida. É muito triste ver desvios de milhões por parte do governo para alimentar a ganância das calamitosas PPP's, ou para rechear os cofres da banca, é incrivelmente vexatório ver que o silente Cavaco - cujas parcas economias mal chegam para sobreviver e cuja esposa com os míseros 800€ da reforma precisa da sua ajuda para sobreviver - gasta o dobro de dinheiro do que esbanja do erário o rei espanhol.

No entanto, o governo acha que o que deve fazer é obrigar o Zé a pedir factura pelo café, ameaçando-o com coimas de até 2000€, para evitar a fuga ao fisco e as economias paralelas. O mesmo governo que esbanja em pessoal e viaturas, o mesmo governo que vendeu o BPN por batuta e meia, a um dos responsáveis pela fraude nessa instituição, e que nem demonstra qualquer interesse em prender os responsáveis pela maior fraude neste antro de larápios, ou em encontrar os milhões que os seus contribuintes têm cativos, algures num "offshore", à espera de que outro gatuno os arrebanhe e uma vez mais o povo seja sodomizado à bruta.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Os arautos da transparência…

"Os arautos da transparência, têm como exemplo disso mesmo ? transparência ? o adjunto do primeiro-ministro, o senhor Carlos Moedas, que, veio agora a saber-se, tem 3 empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação. Como sócios, teve os senhores Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Button, a quem comprou todas as quotas em Dezembro passado.

Como clientes, tem a Ren, a EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros, entre outros.
Nada obsceno, para quem é adjunto de Pedro Passos Coelho!

E não é que o bom do Moedas até comprou as participações dos ex-sócios para “oferecer” o bolo inteiro à mulher?! (Disse-o ele à Sábado).
Não esquecer ainda que Carlos Moedas é um dos homens de confiança do Goldman Sachs, a cabeça do Polvo Financeiro Mundial, onde estava a trabalhar antes de vir para o Governo.

Também António Borges é outro ex-dirigente do Goldman, e que está agora a orientar(!?) as Privatizações da TAP, ANA, GALP, Águas de Portugal, etc.
Adoráveis, estes liberais de trazer por casa, dependentes do Estado, quer para um emprego, quer para os seus negócios.

Lamentavelmente, à política económica suicidária da UE, que resultou nas tragédias que já todos conhecem, acresce a queda do Governo Holandês (ironicamente, acérrimo defensor da austeridade) e o agravamento da recessão em Espanha. Por conseguinte, a zona euro vê o seu espaço de manobra cada vez mais reduzido e os ataques dos especuladores são cada vez mais mortíferos.

Vale a pena lembrar uma vez mais que o Goldman and Sachs, o Citygroup, o Wells Fargo, etc., apostaram biliões de dólares na implosão da moeda única. Na sequência dos avultadíssimos lucros obtidos durante a crise financeira de 2008 e das suspeitas de manipulação de mercado que recaíam sobre estas entidades, o Senado norte americano levantou um inquérito que resultou na condenação dos seus gestores.

Ficou também demonstrado que o Goldman and Sachs aconselhou os seus clientes a efectuarem investimentos no mercado de derivados num determinado sentido. Todavia, esta entidade realizou apostas em sentido contrário no mesmo mercado. Deste modo, obtiveram lucros de 17 biliões de dólares (com prejuízo para os seus clientes).

Estes predadores criminosos, disfarçados de banqueiros e investidores respeitáveis, são jogadores de póquer que jogam com as cartas marcadas e, por esta via, auferem lucros avultadíssimos, tornando-se, assim, nos homens mais ricos e influentes do planeta. Entretanto, todos os dias são lançadas milhões de pessoas no desemprego e na pobreza em todo o planeta em resultado desta actividade predatória. Tudo isto, revoltantemente, acontece com a cumplicidade de governantes e das autoridades reguladoras.

Desde a crise financeira de 1929 que o Goldman and Sachs tem estado ligado a todos os escândalos financeiros que envolvem especulação e manipulação de mercado, com os quais tem sempre obtido lucros monstruosos. Acresce que este banco tem armazenado milhares de toneladas de zinco, alumínio, petróleo, cereais, etc., com o objectivo de provocar a subida dos preços e assim obter lucros astronómicos. Desta maneira, condiciona o crescimento da economia mundial, bem como condena milhões de pessoas a fome.

No que toca a canibalização económica de um país, a fórmula é simples: o Goldman, com a cumplicidade das agências de rating, declara que um governo está insolvente, como consequência as yields sobem e obriga-o, assim, a pedir mais empréstimos com juros agiotas. Em simultâneo, impõe duras medidas de austeridade que empobrecem esse pais. De seguida, em nome do aumento da competitividade e da modernização, obriga-os a abrir os seus sectores económicos estratégicos (energia, águas, saúde, banca, seguros, etc.) às corporações internacionais.

Como as empresas nacionais estão bastante fragilizadas e depauperadas pelas medidas de austeridade e da consequente recessão, não conseguem competir e acabam por ser presa fácil das grandes corporações internacionais.

A estratégia predadora do Goldman and Sachs tem sido muito eficiente. Esta passa por infiltrar os seus quadros nas grandes instituições políticas e financeiras internacionais, de forma a condicionar e manipular a evolução política e económica em seu favor e em prejuízo das populações.

Desta maneira, dos cargos de CEO do Banco Mundial, do FMI, da FED, etc., fazem parte quadros oriundos do Goldman and Sachs. E na UE estão: Mário Draghi (BCE), Mário Monti e Lucas Papademos (primeiros-ministros de Itália e da Grécia, respectivamente), entre outros.

Alguns eurodeputados ficaram estupefactos quando descobriram que alguns consultores da Comissão Europeia, bem como da própria Angela Merkel, tem fortes ligações ao Goldman and Sachs. Este poderoso império do mal, que se exprime através de sociedades anónimas, está a destruir não só a economia e o modelo social, como também as impotentes democracias europeias."


Texto de Domingos Ferreira

Professor/Investigador Universidade do Texas, EUA, Universidade Nova de Lisboa