sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O cu do fisco

O senhor Francisco José Viegas, agora que já não faz parte do executivo, parece ter encontrado a coragem para classificar de absurdo o estado e as suas acções, pena é que não tenha tido esta postura quando o "seu" (des)governo decidiu assassinar, através do seu secretariado, a cultura em Portugal. Diz o senhor que manda "tomar no cu" o agente da AT (Autoridade Tributária e Aduaneira) que lhe exija a amostragem de factura, qual adolescente rebelde a insurgir-se contra os "adultos opressores".

Verdade seja dita, é, de facto, absurdo arrastarem-se casos como BPN, a miríade de casos envolvendo o bestunto Relvas, a sucessiva carga austera sobre o povo, e esses energúmenos dos centrões e Cia LDA, continuarem sendo perdoados por fugas ao fisco de milhões de euros e a fazer declarações ridículas sobre como a austeridade pode ainda ser aumentada. Claro que esses, a quem a austeridade não chega, acham que o povo não está já abusivamente onusto de atentados à sua (qualidade de) vida. É muito triste ver desvios de milhões por parte do governo para alimentar a ganância das calamitosas PPP's, ou para rechear os cofres da banca, é incrivelmente vexatório ver que o silente Cavaco - cujas parcas economias mal chegam para sobreviver e cuja esposa com os míseros 800€ da reforma precisa da sua ajuda para sobreviver - gasta o dobro de dinheiro do que esbanja do erário o rei espanhol.

No entanto, o governo acha que o que deve fazer é obrigar o Zé a pedir factura pelo café, ameaçando-o com coimas de até 2000€, para evitar a fuga ao fisco e as economias paralelas. O mesmo governo que esbanja em pessoal e viaturas, o mesmo governo que vendeu o BPN por batuta e meia, a um dos responsáveis pela fraude nessa instituição, e que nem demonstra qualquer interesse em prender os responsáveis pela maior fraude neste antro de larápios, ou em encontrar os milhões que os seus contribuintes têm cativos, algures num "offshore", à espera de que outro gatuno os arrebanhe e uma vez mais o povo seja sodomizado à bruta.


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