quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Falar estrangeiro

Esta semana, ouvi o Ministro dos Negócios Estrangeiros, o senhor Paulo Portas, arengar num castelhano, a meu ver, quase perfeito, se o Sócrates o ouviu falar, deve ter-se, certamente, envergonhado do seu portunhol/espanholês. Já o Álvaro, o Santos Pereira, o tal que tem a maior confiança no Franquelim - não denunciei a fraude no BPN ao Banco de Portugal logo mal dei com ela, porque achei melhor esperar - Alves, e que é também ele ministro, da Economia e do Emprego, não o ouvi falar mas, acredito que, estando ele em Inglaterra, a dar uma palestra para empresários britânicos, o senhor tenha discursado em inglês.

O tema não é novo; o português, mesmo que mal o arranhe, procura sempre falar o idioma do país que o recebe. Acredito que seja uma questão de ética portuguesa, além de bons anfitriões, gostamos de ser bons convidados. Porém, falar português no estrangeiro, além de ser uma forma mais fácil de falar, visto ser a nossa língua nativa, é, também, uma medida de promoção da língua portuguesa, o que pode criar um maior interesse estrangeiro pela "última flor do Lácio." Qual é o problema dos intérpretes?

Convenhamos que, Álvaro Santos Pereira, tendo em conta o seu percurso académico, será crível que fale inglês sem mácula, e Paulo Portas que discursava com uma pronúncia límpida, dispensavam intérpretes. O que já não é o caso de José Sócrates e outros, que deveriam limitar-se ao diálogo na única língua que, por vezes mal, sabem falar. É, de resto, o exemplo que nos dão políticos, académicos e empresários estrangeiros. Raros são os que, sequer, se esforçam por dizer algumas palavras em português. Porque haveremos nós, então, de vergar a nossa língua às deles?


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