quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Posta de Natal

Neste Natal, O pecado no seu email ao Pai Natal, pedia nos seus jeitos de menino bem comportado para acordar de meias fartas de comentários. Mas o email ter-se-á perdido algures num computador num qualquer gabinete da coca-cola e presentes nem vê-los. Porém, dita a tradição que no Natal se coma o fiel amigo e O pecado tem claro, também, direito à sua posta festiva. E já que o "barbichas" não lhe encheu as meias, restam apenas a O pecado os Reis magos, que já que trazem presentes ao Jesus, podem também trazer a O pecado. E como estes só chegam no próximo ano, o desejo d'O pecado para o próximo ano é de muitos comentários que, fazem tão bem ao espírito de quem vem aqui pecar.

No meu último post, aludi à falta de comentários do blog, artimanhando a coisa com questões de poesias. E tristemente constatei em conversa com um amigo, que a ideia que este tirou do post, foi, não o pedido de comentários, críticas, mas sim o desalento por não ter ganho o concurso. Nunca esperei sequer ganhar o concurso, por isso nunca poderia desiludir-me por não o ganhar. Mas desilude-me que não haja comentários no blog, assim como o que me desiludiu do concurso, foi não ter tido qualquer crítica à minha poesia. A questão central era a reciprocidade. Porque é a reciprocidade entre o escritor e o leitor que mantém os blogs vivos. Caso contrário o blog não tem qualquer justiça, se a ideia deste fosse não ser comentado, então, desactivava-se a opção de comentário e estava o caso arrumado.

Pedem-se, no post anterior, ideias para completar uma história que pessoalmente creio bastante bem contada e elaborada. Mas mesmo assim, nem uma simples opinião, quer de apreço quer de desprezo pela coisa. E assim, não há vontade de escrever. Porque o blog não é um diário, no qual se rascunha qualquer coisa que ninguém deverá ler. Aqui rascunha-se para que seja lido e comentado. Aqui pede-se que haja diálogo e discussão de ideias. E se não há o que se pede, não se pode ter o que se quer. O que neste caso, é o blog.

sábado, 13 de dezembro de 2008

A espera (Parte I)

Aceitam-se sugestões para continuação...

O tempo daquela tarde arrastava-se colado às asas da demora, a brisa, suave, quente, passava sem que com ela fosse arrastado tempo algum! Seu mundo inteiro quedava, também ele, lento no seu quedar.

Os seus olhos piscavam, esfregavam-se, abriam muito e voltavam a semicerrar.

Não podia sequer pensar em adormecer. Isso, nunca! Nunca se perdoaria se tal acontecesse. Mas não era fácil resistir aquele embalo frontal do início de tarde, ao bom torpor no corpo no final do bom almoço, à sombra da árvore antiga que abriga do sol quente, ao céu, todo ele azul, lá por cima... Como resistir-lhe? É que não é preguiça, pois preguiça controla-se, e isto, não é coisa que um homem possa controlar. É que se o poder da mente tem muita força, o do corpo tem bem mais... E isto era poder já no sobre-humano. Resistir a este embalo, devia de ser considerado pecado animal! Mas ele, sem outra alternativa, pecava, atentando contra si!

Nunca fora dado a confusões, desde sempre se habituara à pacatez do mundo, ao seu lado sedoso, arrumado e arejado. Odiava todo e qualquer tipo de desorganização. Arreliava-se a sério, quando lhe trocavam as voltas à sua bem ensaiada e metódica rotina. Tudo tinha de bater sempre e pelo certo, no entanto, fervilhava por mais com que se preocupar, precisava de mais material para catalogar e colocar no seu devido local, mais agitação, mais frenesim, para processar e organizar...

A esta hora, na rua, passavam as mulheres. Com elas iam os baldes cheios de comida para os animais que as esperavam nos campos, a elas, mulheres, e a ela, comida!

Elas passavam, juntavam-se umas às outras, falam umas com as outras, umas sonoras, outras discretas, nenhuma calada, todas lhe davam as boas tardes ao passarem por ele, que sentado, pestanejando, a esforço, lhes retribuía no seu frouxo: - boa tarde senhoras!

Sossegava quando acabava a procissão das mulheres para o campo, era tímido, já referido, não gostava de confusões, e para ele, ter de dar as boas tardes a todas aquelas mulheres constituía uma enorme confusão e transtorno!

Conhecia todos os peixes grandes à primeira mirada! Ele próprio peixe graúdo, ainda que temporariamente devolvido de novo ao pequeno aquário, era no primeiro segundo que identificava a asa a todo e qualquer indivíduo. Ele, como muitos outros conhecidos seres, não fora feito para uma só terra, um só mar, um só rio... Seu corpo, como muitos outros metabolismos do planeta, urgia por movimento, por novas visões, por acontecidos diferentes, novas maneiras, novas formas... E ele sabia que era desses, dos que necessitava que sempre a seguir ao novo, viesse novo novo!

O que não é novo, é que quem nasce assim, na urgência da viagem, vê fácil os seus pares. Os anseios denunciam, há vontades a mais em partir a um chegar. E a chama atraia a chama, duas chamas ardem sempre mais que uma, e isso sente-se, nem que seja na sua máxima manifestação – a dor!

Em seu caso, nada de dor, era alérgico à dor, repugnavam-lhe as dores... Nem sequer tinha tempo para as dores...Todo o seu tempo estava guardado para a espera. A ele, só lhe restava a paciente e mais tranquila possivel espera!

Não gostava de falar com as mulheres, ponto. Que tem isso de mal ou demais?

Perdia-se em pensamentos labirinticos depois que a azáfama das mulheres passava. Naquele início de tarde, de uma já madura Primavera, o sol sussurrava aos ouvidos dos velhos que vinha Verão abafado.

Estava quente! Calor esse, que misturado na gritaria dos pássaros no mato, faziam-no suar, sonhar e acordar, tudo isto no mesmo instante.

Nunca tinha acontecido ter adormecido. Pelo menos, é isso que a consciência responde ao seu íntimo, embora lhe não saia da memória aquele fim de dia em que chegara à taberna e o Zé dos Pneus fizera chacota de o ter apanhado a ressonar debaixo da árvore... Mas aquilo não passava de invenção do outro! O que pode ter acontecido, é tê-lo apanhado em pleno sonho acordado e julgou-o adormecido. Nada mais que isso!

Difamação à parte, não se reconhecia, a si próprio, defeito de selo algum no exercer de sua tão entediante, nobre, necessária e fastidiosa missão.

Estava certo de suas qualidades, nunca duvidara das suas capacidades e sabia-se capaz de ultrapassar todas as dificuldades a que a sua missão o sujeitaria, mas por vezes, nos aparentemente mais simples obstáculos, emperrava. Havia dias difíceis. Hoje era um dia difícil.

Dia em que vem o tempo, e vá-se lá saber porquê, decide não passar no ritmo a que nos habitua, tem que ser chamado de dia bastardo. Dia em que é o tempo que nos engana e não o contrário, nem devia contar como dia! É que nós somos de hábitos, confiamos nos hábitos, gostamos e vivemos dos hábitos, e depois vem ele, o tempo, o regulador de todos eles, e desmama-nos assim duas vezes numa só!

São dias duros estes em que somos atraiçoados pela nossa própria invenção, o pupilo vence o mestre e o mestre derrotado, disfarça mal, amua, reivindica, atira o pó para os lados e desdenha o vencedor: - o tempo não é nada, só o sol existe, e mesmo esse existe lá tão ao longe que quase não nos toca sua existência.

A paciência depende sempre do paciente, dos seus anseios, das suas preocupações, das suas preferências e disponibilidades...

Neste caso, o paciente é bom, conhece de onde vem o nome que o faz. Tem pressas mas prende, tem vontades mas segura-as, sabe que a vida vem mais à frente, para além do que se vive, há sempre outra vida que se tem de viver. Além do além, virão sempre novos aléns... Não é assim que fazemos? Não é assim nosso comum projecto?

Que fazer, quando só a espera faz sentido? Que inventar, para além do real inventado? Haverá mais capacidade de reinventar o que não há! Fazer do que não é, puro ser? Quem se faz capaz?


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Caderno de Saramago

Após tanto tempo, resolvi procurar o blog do Nobel da literatura português. Dado curioso, o que este refere sobre os Cadernos de Lanzarote. No ano passado, fui também ofertado com um caderno, para que neste reproduzisse um conto, que de resto ainda espera por sê-lo, e, não fui, nem me sinto, capaz de rabiscar no dito as páginas já vertidas da imaginação. Receios que a minha letra horrível estrague a pureza do caderno, cuja capa de couro cheira emanamente a si. E principalmente que, o conto não seja digno de registo nem em tão belo caderno, nem em caderno algum. "Conarias", como diria a minha "francesa" tia Teresa. E contudo receios que a mais recente e desilusória participação no Iº Prémio Manuel Alegre veio agravar.

A verdade, é que não esperava vencer, ou mesmo ter uma menção honrosa. Apesar do alto ego pavonear o seu desejo e quiça, já o alter-ego vestisse o fato de gala, a verdade verdadeira, será que a humilde noção do real sabia que o cavalinho, à chuva molhado, acabaria estragado e assim abriguei-o, quando mais, após a revelação do vencedor ficar adiada em dois meses, dada a enorme afluência de novos autores. No entanto, não estava, afinal, preparado para a frieza da divulgação do resultado, nem talvez para o resultado. Ao pseudónimo X foi atribuído o prémio e ao pseudónimo Y uma menção honrosa.

Nem uma palavrinha sequer aos pobres desafortunados como eu, que viram a sua obra preterida em nome de outrem. Nem um maldito bem-hajam, voltem sempre, são bons mas estes foram melhores, nada. Será talvez inocência demasiada (se a inocência tiver limite) da minha parte. Mas foram meses à espera de uma resposta e no fim qual a resposta? Nenhuma! Nem a merda de uma palavra de apreciação aos derrotados. Porque é assim que me sinto, derrotado! Derrotado como poeta, como escritor, sem prémio, sem menção honrosa, sem leitores, sem críticas... Sem críticas, nem comentários, sem saber se bom se mau, o que a alma dita e o corpo debita. Sem a merda de uma crítica! E que bem que elas sabem, saber o que se faz mal e querer melhorar, saber o que está bem e querer piorá-lo. Saber!!! Sabe bem saber. É afinal o melhor modo de andar armado. É tendo conhecimento! Enfim. Creio-me perdido e divagando sem lucidez, que o sono arrebata-a quase completamente.

Hoje deu o "making of" Mundo Catita. Alguém viu? Eu vi. Deixou-me o apetite ainda mais aguçado para ver no próximo Domingo o primeiro episódio.


PS: A Raquel (o meu outro lado do espelho) leu entretanto "O homem que desejava o fim do mundo", conto que comecei em Outubro e inspirado num acontecimento real, rasgou uma ferida que creio mais profunda que o Raio-X mostrara. Disse-me que estava "muito bom, mesmo muito bom. Está excelente..." Será que não quereria apenas apaziguar a dor que eu escondia no meu coração de poeta? A verdade é que cerca de uma dezena de anos após os primeiros versos - como o tempo foge dos nossos sonhos. Lembras-te Nuno, como íamos publicar o primeiro livro em conjunto? Como éramos felizes sonhando já com o pó das bibliotecas, escrevendo a "Indução" e respectiva resposta e lamuriando em rabiscos da juventude incompreensões de amores e dores, carnais e psicológicas. Será que fiquei perdido nesse tempo? - tudo o que vejo é uma névoa turva de dúvida sempre constante, que eu não tenho coragem de penetrar sozinho.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Eu sei que vem "tarde", até queria ter antes proscrito um epigrama que referisse a dita, porém não foi oportuno. (Fala bem o rapaz, hein???) Por tanto aqui vai:

Espero bem que a Barraca Abane...

Posts e comentários

Os meus anteriores posts encontram-se em formato de definição. Talvez porque tenha achado interessante o conceito... No entanto, e perante adversidades inerentes à situação, vejo-me obrigado a romper com essa minha decisão de post.
O que move um leitor realmente ler um blog? Não me venham com a treta " ahh e tal, é porreirinho...", ou "até o acho interessante"... Convenhamos que até é bom encontrar alguém que partilhe as mesmas ideias ou conceitos que o próprio, mas, e este blog foca precisamente a actualidade pecaminosa ou não, estamos aqui para agradar não só a "gregos e a troianos", mas também a nós próprios.
Sim, é interessante e extremamente motivador ver comentários a posts efectuados, ou, carburados, se assim o desejarem. Porém, deixo em aberto as verdadeiras razões para o qual motiva um leitor a colocar um comentário a um post e deixo também em aberto aos criadores deste blog (eu incluído uma vez que participo no mesmo) o que nos leva, a, precisamente, "postar" algo em um blog...
Deixo uma breve definição e mais uma pergunta, como categorizas o interesse?

Interessante:

Que tem interesse, que excita o interesse.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Aumento do salário mínimo

Não percebo muito de economia (na verdade, a vaidade não me permite admitir que não percebo é mesmo nada!), contudo e perante a mais recente polémica face ao aumento (oportunista?) do salário mínimo, o qual se não fui e estou a induzir em erro, afecta somente o sector privado, não orçando assim o erário e consequentemente os funcionários públicos, vejo-me impledido a comentar a solução encontrada pela Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas (ANPMES) para combater esta subida.

Não sei, nem vou comentar, se a resolução e a altura do anúncio da mesma serão adequadas, mas o que é certo, é que o governo anunciou a subida do salário para quatrocentos e cinquenta euros, valor que observado como aumento me provoca uma vontade incontrolável de chorar a rir, contudo quando começo a chorar, perco a vontade de rir.

Mas enfim, regresso à ANPMES, que em entrevista à RTPN, admite que caso o governo vá em frente com este aumento, reagirá com a não renovação de mais de quarenta e três mil contratos precários de trabalho. Honestamente, acho que de facto mandar mais de quarenta mil pessoas para o caralho, peço desculpa, para o desemprego, será uma atitude extremamente digna, responsável e matura, para demonstrar o seu desagrado para com uma resolução, que segundo as palavras do porta-voz da associação, "vem em tempo de eleições"....

É que sabem, às vezes, fico um pouco triste, sem palavras e não é por questões de discórdia ou concórdia, com este e\ou outros assuntos. É somente por ouvir coisas como esta, e, estavamos melhor se fossemos espanhóis, e ainda, da boca dos professores que nos estão a formar para sermos o futuro de Portugal: "Se tivesse a vossa idade, ia-me embora, emigrava. Que isto aqui não dá nada..." Sabem, não é uma questão de ser contra ou a favor destas coisas, é que quando estas se ouvem e houvem, só se pode mesmo é pensar no futuro. E honestamente, não consigo pensar em algo que cada vez mais caminha para não existir...

Não sou uma pessoa pessimista e em verdade também o não sou optimista mas como disse Kafka:

"Há esperanças, só não para nós."

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

FRIZE Apresenta: Pedro Tochas - Já tenho idade para ter juízo

Está a chegar o frio. E com este vem o indissociável pingo, as tosses e os catarros; mas nós, "os pecadores", temos boa solução e remédio para receitar ao estimado (de)leitor. E que mais, senão rir? Pois claro, porque "rir, é o melhor remédio" e como as coisas não andam muito de sorrisos, porque não procurar alegrarmo-nos?

O senhor Pedro Tochas anda em digressão pelo país, com o seu mais recente espectáculo, "Já tenho idade para ter juízo" e porque não aproveitar os fins-de-semana, para descomprimir da pressão do dia-a-dia, rindo a bandeiras despregadas, com o humor deste senhor que o tão bem sabe fazer?

Segue a lista de espectáculos ainda restantes, da tournée, que já passou por um terço das cidades agendadas. Por isso já sabem, mãos-à-obra.



Santa Maria da Feira
Cine-Teatro António Lamoso
25 de Outubro

Vila Real
Teatro de Vila Real
31 de Outubro

Leiria
Teatro José Lúcio da Silva
6 de Novembro

Portalegre
CAEP
7 de Novembro

Os Bilhetes já estão à venda.
Toda a informação sobre o TOUR aqui:
http://www.pedrotochas.com/idade.htm

Apareçam!!!!!



Deixo em anexo esta entrevista a Pedro Tochas, conduzida por Ricardo Vilão.

Entrevista a Pedro Tochas

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Pecado original inspirado no "não sou muito dessas coisas"

Façam-nos acreditar que temos vida, que a temos, que a controlamos e que é sempre possível mudá-la para melhor.
Para isso, concedam-nos empregos, casas, carros, barcos, aquecedores, refrigeradores, aspiradores e tudo o mais que consigam lembrar-se. Que algum de nós, ainda que remotamente, possa alguma vez vir a querer. Não é preciso serem exigentes na qualidade das ofertas que as nossas pretensões, também não o são, têm é de ser muitas, muitíssimas! Não se preocupem, nós, comemos de tudo. Desde que nos ponham à frente, marcha!
Assim sendo, presenteiem-nos com banquetes de informações. Mostrem-nos tudo aquilo que podemos e não podemos ter, aquilo que existe, que existiu, que vai existir e mostrem também, já agora, o que nunca existiu, mostrem-nos, verdade ou não, mostrem, nós queremos é ver! Ver para crer! Ou ver para querer! É já igual, por isso, sirvam-se então os vossos banquetes pelas televisões, rádios, revistas, livros, jornais, montras, cartazes, na Internet, que inocente, discreta e previamente, foram distribuídos por todo o planeta. Sirvam-nos até a exasperação de não dormirmos e só sonharmos.
Para isso, basta-nos fazer crer que é possível que de um momento para o outro, possamos ser nós os vencedores. Façam-se lotarias, ofereçam-se empregos bem remunerados, empregos muito bem remunerados, e ordenados estapafúrdios, que nós sonhamos. Não precisam ser muitos, desde que haja sempre um ou outro afortunado do povo, o povo sonha.
Melhor, façam mesmo como bem entenderem, desde que nos façam acreditar que temos vida e que somos nós que a controlamos, por nós, tanto nos faz….
Mas nem só de matéria se faz a vida, há também a sua parte de valor imensurável, embora todos saibamos que dinheiro traz felicidade, também somos todos unânimes em saber, que há gente que o tem aos milhões e ainda assim não o é. Por isso, crivando a felicidade material da imaterial, é já fácil perceber que falta tão pouco para serdes vós, os nossos plenos comandantes da felicidade. E é isso que nós queremos, “nós não somos muito dados a essas coisas” de nos controlarmos a nós próprios. Para quê chatearmo-nos com os nossos destinos, se há gente disposta a fazê-lo por nós?
Vocês controlem-nos que a gente só quer viver a nossa vidita na paz de algum senhor, ou de algum analgésico para finalmente adormecermos no nosso sonhar…

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Política à escala "um por todos" todos a nenhum

Enquanto os olhos do mundo se centram ávidos na corrida eleitoral dos EUA, nós por cá, temos já o resultado das eleições legislativas regionais nos Açores. E se o interesse nas eleições presidenciais norte-americanas refere ao vencedor, no caso nacional, não interessa a este artigo a vitória partidária das legislativas, antes a vitória percentual e honestamente, imoral!

Há cerca de uma semana, retive de uma reportagem sobre a corrida eleitoral das legislativas, as palavras de uma açoriana, que questionada sobre a sua afluência às urnas, ou seja, se ia ou não votar, responde: "Não, não vou. Não sou muito dessas coisas..."

Portanto, creio que ela e os restantes 53,24% de abstenção dos açorianos, reflectem um: "não sou muito dessas coisas..." E meus amigos, isto é grave. Muito grave, para aqueles que como nós acreditam ainda em utopias como liberdade, democracia e atrevo-me a dizê-lo; socialismo - e é Proudhon (por lapso tinha escrito Proust, peço desculpa. Influências das matérias leccionadas...), não Marx quem evoco nesta alusão. Porque estes 53,24%, são "sinónimo" dos 35,74% das legislativas de 2005. Estes valores reflectem uma grande maioria de pessoas que, não sendo muito dadas a estas coisas, nem tampouco devem sequer preocupar-se com a competência - ou falta dela - de quem os governa.

É assim, meus amigos, que elites de "amiguinhos" chegam ao poder e trocam favores, à pala do suor do mexilhão, quer do eleitor, quer do abstinente. Que votar, não vota, mas para se queixar e pedir melhores salários está lá ele, o abstinente, que "não é dessas coisas..." E depois, PS e PSD, com as suas elites de amigos e influências em conjunto com mais alguns votos dos parvos - e uso aqui a palavra, não numa lógica depreciativa, mas no seu sentido etimológico - que "são dessas coisas", ganham eleições e aqui andamos nisto, ganho eu , ganhas tu. Merda eu, merda tu. Estabilidade é que não. Porque há-de vir de lá o Encoberto e nesse não é preciso votar, está predestinado, portanto há-de lá chegar.

Mas vamos desinteressar-nos "dessas coisas" e deixar o nosso futuro e o dos "nossos" filhos, entregue a uma elite de ténias, que anda é a dar reformas ao filhinhos, deles e dos amigos. Gastando o dinheiro dos contribuintes em futilidades e outros destempos de antena. E pergunta o pobre reformado mas para onde foi todo aquele que eu amealhei durante anos? Eles comem-no e não deixam o pobre povo engordar. Porque um significativo número de quase metade da população - portuguesa - "não é dessas coisas..."

E apenas um "pequeno" detalhe para finalizar, minha senhora que "não é muito dessas coisas..." Houve muitas mulheres que lutaram e escalaram mil Everestes para ganhar entre outros o direito ao voto e mesmo assim, ainda há tantas discrepâncias e discriminação e no final, você afinal "não é muito dessas coisas..."

Estava quase que dado a terminar com aquele aforismo de Edmund Burke:
"Para o triunfo do mal, basta que os bons não façam nada."

Mas vou antes terminar com esta:
"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco."

sábado, 18 de outubro de 2008

Um mundo catita

Já há uns tempos valentes que, esperava pela oportunidade de ver esta série e parece que finalmente, a RTP2 - onde mais poderia ser? - vai fazer o jeito e dia 23 de Novembro às 23:40, vai transmitir o primeiro de seis episódios, de Um mundo catita. Sem dúvida um bom motivo para limpar o pó do leitor de vídeo. (Coisas destas, quase que ganham contornos épicos...)


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Check-in

E como isto não se pode criticar sempre negativamente, também tem de haver crítica positiva, para o efeito da crítica construtiva, que objectivamos neste nosso blog, deixo-vos o link para o sexto boletim informativo da Check!n, "um grupo de pessoas que procuram contribuir para uma melhor Gestão de Prazeres e Riscos associados ao consumo de substâncias psicoactivas e à sexualidade."

Porque isto não é só fados e guitarradas, putas e vinho verde. Farra sim, mas com juízo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ensino e associados

Ensino:
O ensino é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas.
Ministério da Educação:
O Ministério da Educação é o orgão responsável por organizar o sistema de ensino em Portugal.
Incompetência:
Incompetência é a inabilidade de alguém de desempenhar adequadamente uma determinada tarefa ou missão.
Portugal:
O ensino organizado pelo Ministério da Educação é regido pela incompetência...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O verbo pecar

Pequemos!
Com convicção e precisão, pequemos.
Por um ar mais respirável, pequemos.
Pequemos, que um dia "acertemos"...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Crise e associados

Crise:

Conceito utilizado na sociologia, na política, na economia, na medicina, na psicopatologia, entre outras ciências.
Oriunda do latim, o termo crise tem a mesma equivalência da palavra vento. Indica, assim, um estágio de alternância, no qual uma vez ocorrido, diferencia-se do que costumava ser. Não existe possibilidade de retorno aos antigos padrões.

Crise Económica:

"A ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos."
Lionel Robbins

Escassez:

Significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as necessidades e desejos. Estando ausentes, a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer usos alternativos desses recursos, não haverá problema económico.

Portugal:

Crise, crise económica, escassez...

Dois mortos e um ferido grave num tiroteio em Grijó

Parafraseando os nossos religiosos semelhantes, "são coisas do Demo e do fim do mundo" - ou talvez seja alguma moda, ou um vírus. Há uma certa corja de pessoas, que lembra-se e anda para aí aos tiros. Mas aquilo que eu considero realmente hilariante, é que depois nem coragem têm de admitir e aceitar as consequências da merda (peço desculpa pela linguagem) que fazem e suicidam-se, pelo menos tentam. Mas é claro, isto não afecta a todos do mesmo modo, o - pouco - senhor "Jorge Arbusto", a quem deus falou em sonhos pedindo-lhe que invadisse o Iraque e outras nações "infiéis" e as livrasse das tentações e garras do cornudo, vulgarmente conhecidas por petróleo, este - pouco ou mesmo nada - senhor, que até é capaz de atacar os seus conterrâneos - tudo vale, para que se cumpra a vontade do todo poderoso e omnipotente d(inheiro)eus - não tenta sequer suicidar-se e assim, continuamos, infelizmente, a sofrer as consequências da corrupção, de que em minha opinião ele é porta-voz. Enfim, quem se lixa é o mexilhão, que coze vivo na panela, nas fervuras do seu próprio suor...

Se deus - e não vou discutir a sua presumível existência - tiver aparecido quer em sonhos, quer em alucinações de narcóticos, ou simples mentiras - ao senhor "Jorge Arbusto" Terá antes dito, "Ó Jorge, tu com essa tua capacidade de manipulação davas um grande profeta. Tenho para ti um lugar cativo aqui no meu colinho - upa, upa - que tu hás-de ser bem útil a reclamar alminhas ao Inferno... É que nós aqui lutamos uma guerra como a tua, hipócrita..."

Pecado

O Pecado sempre foi um termo, principalmente usado, dentro de um contexto religioso, e hoje descreve qualquer desobediência à vontade de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis reveladas. No hebraico e no grego comum, as formas verbais (em hebr. hhatá; em gr. hamartáno) significam "errar", no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão. Em latim, o termo é vertido por peccátu.