Nestas alturas de eleições a conversa sempre descentra, um pouco, da futilidade das telenovelas e da banalidade da vida dos vulgos famosos. Ao futebol junta-se a política, como tema para discussões (em todas a acepções da palavra excepto a jurídica), sempre com o típico comentário censor, “são todos iguais, sai de lá um do PS, vai para lá outro do PSD, igual a ele ou ainda pior!”; é o chamado pingue-pongue rosa/laranja que dura há mais de trinta anos e onde o perdedor é sempre o povo. Porém, este mesmo censor que mete no mesmo saco, socialistas e social-democratas é, também, o primeiro a desculpar-se e a desculpar a situação, afirmando que se não for um tem de ser outro, como se em Portugal houvessem apenas duas opções de voto, dois únicos partidos políticos e nenhuma solução.
Ele há cousas que contadas não se acreditam e que mesmo quando vistas se crêem ainda mentira mas, infelizmente, são verdade. Neste país, por desleixo, preguiça, pura ignorância e vergonhosamente erros de “burocracia informática”, cinquenta por cento da sua população alheou-se das últimas eleições presidenciais; acusam-se PS e PSD da situação débil do país, mas a solução de mudança dos censores, é voltar a votar nos mesmos; menospreza-se a variedade dos partidos ditos mais pequenos, ignorando-se a sua existência, as ideias e ideais, afirmando-se que a falta de experiência política e governativa os inviabiliza como solução. E que soluções nos apresentam PS e PSD? Diz o povo que ninguém nasce ensinado e diz o ditado que com os erros se aprende, não que se passam trinta anos a errar reiteradamente e sem aprender.
* Originalmente publicado no blogue da concelhia macedense do Bloco de Esquerda em 18/04/2011
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