terça-feira, 8 de março de 2011

Os portugueses devem estar mais loucos que os deuses...

Que o verbo ter, na boca de mui boa gente, tenha má regência e erroneamente seja regida a preposição "que" ao invés da correcta "de", assim, se lendo, até, em obras dos melhores e mais cultos autores da língua cousas como " tinha que olhar" em vez da expressão correcta "tinha de olhar", ainda compreendo. Não é sequer preciso pensar muito para constatar o que provoca a confusão entre as preposições.

E não estou a armar-me no que quer que seja, pois também eu mando a minha boa dose de pontapés na gramática, alguns tão bem assentes nas jóias de família que até ponho o mais másculo vocábulo a piar fininho.

Mas, "dever de" faz-me uma espécie que me deixa todo comichoso cá nos por dentro. Quem não se lembra do clássico "Os deuses devem estar loucos"? Na RTP Memória (ou talvez seja da MEO) parecem ter descoberto uma nova sequela, ou versão, do filme, "Os deuses devem de estar loucos"... O único "dever de", é o dever de falar correctamente a língua, sem invenções. Mas de onde raio veio este "dever de"? Pode ser de mim, mas acho que em vinte e sete anos nunca tinha "ouvisto" este aborto até ao último ano. E ele é em todo o lado, em todos os modos e tempos! Mas acho que a melhor é mesmo quando se mistura com expressões chavão, como "deve de ser".

Ó pá, chamem-me presunçoso, ou pseudo-qualquer cousa, ou use-se até um palavrão, sem insultar a progénia, se faz favor. Mas, "dever de", por favor...

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