terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A minha agenda.

Mais um Natal que passou, o Pai Natal continua a ganhar lugar ao menino Jesus na corrida pelo protagonismo do Natal e as grandes marcas e cadeias capitalistas, na calada, ficam com os louros. Numa tentativa de reaproximar as pessoas do real espírito natalício, expurgando a tendência consumista e frívola que ao longo das últimas décadas tem assoberbado a época, houve quem optasse por colocar nas varandas, não o Nicolau adulterado, símbolo da escalada capitalista, mas sim uns panos - dos quais me escapa agora o nome - com a figura do menino nas palhas deitado. Reacendendo assim velhos hábitos que infelizmente cada vez mais se perdem, largando assim ao mesmo ostracismo que o poder central nos votou, as nossas próprias tradições e marcas únicas da nossa identidade.

Apesar de não ser católico, cresci no seio de uma família que me educou dentro desses parâmetros e o meu jovem quarto de século de idade, não me impediu de conhecer uma tradição natalícia que se revestia de valores morais e sociais em os quais paz e amor, não eram meras palavras vãs saídas da boca de qualquer candidata a "miss". Nada tenho contra o Pai Natal, mas a sua escalada na batalha contra o menino Jesus, pelo domínio da entrega dos presentes, trouxe uma alteração de valores ao invés de uma mera mudança da figura dadora dos presentes.

Honestamente, não acredito no Natal mais do que acredito na Páscoa ou em qualquer outra festividade religiosa. Não vejo aliás no Natal, mais do que vejo na Páscoa e mesmo no Carnaval, cedências do Vaticano e seus chefes, para manterem o povo feliz nas suas festividades pagãs, não questionando a usurpação de um certo deus às suas restantes crenças e modo de vida.

Não quero, é claro, com isto significar que não gosto do Natal, ou qualquer outra das festividades cujo sentido cada vez mais se perde ao longo dos anos. Antes pelo contrário, como qualquer estudante adoro as férias e é isso que me interessa. As férias.

E assim, chegando ao cerne da questão, O Pecado gostava apenas de desejar um bom novo ano e um excelente final de década, principalmente para aqueles que a vão celebrar a dobrar e aqueles a quem uma operação matemática tão simples faz espécie. Espero que tenham tido, ou estejam tendo, umas boas férias. E não esquecendo que amanhã é dia de Reis, O Pecado ainda não recebeu "A Minha Agenda".

1 comentário:

deep disse...

Independentemente da crença de cada um, importante é que o Natal seja um pretexto para estarmos com os outros e só por isso já vale a pena vivê-lo, com ou sem símbolos. A adoptarmos símbolos, devemos - é assim que eu penso -, resgatar aqueles que estão na origem da festa e "despromover" o Pai Natal.

Bom ano! :)