sábado, 19 de dezembro de 2009

Breve estória de amor.

Amas-me, perguntou ela no seu jeito apaixonado de rapariga que precisa ouvir o que já sabe, pelos gestos movidos no calor dos sentimentos. Era capaz de matar por ti, anuiu ele no seu jeito atabalhoado de rapaz, sem calor para essas pieguices do coração. A sério, continuou ela questionando no seu jeito de rapariga que, tudo tornam num interrogatório. Se não fosse sério porque havia de dizê-lo, perguntou ele, respondendo à questão que achava despropositada pelo óbvio real valor das suas palavras. Mostra-me quão a sério falas, disse ela naquela que era no diálogo a sua primeira frase declarativa e se revestia de jeitos imperativos.
Ele amava-a, tudo faria por ela, era até capaz de matar, fosse isso preciso para mostrar-lhe que o sentia e ela pedia-lhe que o mostrasse. A ele que a amava. Então, beijando-a apaixonada, longa e docemente, apertou-lhe o pescoço com ambas as mãos até a sua face incarnar na apneia os tons diversos do arco-íris e o seu corpo tombar inanimado à prova dada de amor.

1 comentário:

Anónimo disse...

incrivelmente sensível...